segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Coisas que acontecem…

Há coisas que acontecem por acaso e que nos fazem pensar no verdadeiro significado do “acaso”, bem como no significado do “olha para o que eu digo, não para o que eu faço”.

Este fim de semana estatelei-me por uma escada abaixo em casa dos meus sogros…podia ter sido feio. Foi só decadente, felizmente.

Chegámos da apanha das castanhas com os pés molhados. Tirei as minhas botas e subi com a Rita buscar a mala ao quarto dela para voltarmos para Aveiro. Como pensava ter as minhas sapatilhas no quarto, subi de meias…ando sempre a dizer à Rita que as meias escorregam nas escadas, que devemos usar as anti-derrapantes ou os chinelos…blá, blá, blá!

Como as escadas são “ligeiramente” inclinadas, quis passar para a frente dela, para o caso de ela escorregar…coisa que qualquer mãe faria. Só não contava era descer os degraus todos com o rabo e aterrar no fundo da escada. Coloquei mal o pé, a meia ajudou a escorregar e qual avião descontrolado fui pela escada abaixo aos saltos, a limpar as escadas com o rabo e a bater com os costados… é triste!

Não sei como explicar, mas ao ter a sensação que ia cair, o primeiro pensamento foi o de proteger o braço direito…larguei a mala e levantei o braço. Que se lixe o rabo, deve ter pensado o meu cérebro, e assim caí com o braço num estilo de saudação nazi.

O braço, de facto, é o elemento a proteger, por causa do esvaziamento axilar. Não escapou de umas pancadinhas na parede, mas acho que o impacto no braço foi bem menor que no rabo e costas.

No fim da queda, amparada pela parede, olhei para cima e a Rita estava às gargalhadas no cimo da escada. Quase indignada, e antes de começar também a rir, pergunto-lhe porque se está a rir, em vez de me perguntar se eu estou bem. Levo com uma resposta à Rita: “oh mama, foi tão divertido…”

É sempre bom animarmos os nossos filhos, até porque vendo bem as coisas, podia ter-me magoado a sério e pôr em causa um ano de cuidado com o braço para evitar o linfedema.


O cuidado, de facto, nunca é pouco e há “acasos” que podem ser evitados. É que sentir os ossos a cada movimento é tramado…


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