Já cá estou, atingi uma primeira meta de 2 anos pós-cirurgia. Em breve, 2 anos pós-tratamento choque...serão 3 para o ano, depois 4, 5, 6 e por aí em diante.
Fé, esperança e alegria de viver, de mãos dadas com a vida.
Beijinho :)
Vera
Um cancro de mama diagnosticado aos 33 anos. Não procuro ser mais do que um exemplo de luta, mais uma "Maria" a encarar olhos nos olhos esta doença. Não sou a primeira, gostaria muito de ser a última mulher com esta doença. Infelizmente, não serei. Mas serei mais uma a dar armas às "Marias" que se virem confrontadas com este desencontro da vida.
sexta-feira, 17 de junho de 2016
sábado, 11 de junho de 2016
Por passos de bebé.
Alertaram-me, esta semana, para o facto de eu não escrever
nada no blog há muito tempo e perguntaram-me se estava tudo bem. O blog serve
para isso mesmo, para que acompanhem a história, ou mera estória provavelmente.
Tem estado tudo bem comigo e com os da família, com trabalho
e serenidade. Há dias de azáfama, dias mais calmos, dias para todos os gostos.
Em breve, chegará um dia que me marcou…nesse dia, faz anos o meu
afilhado mais velho, mas foi também o dia da cirurgia. Fará 2 anos que fiz a
cirurgia, que mandei para análise uma parte do corpo que já não sentia minha,
que eu já não queria e que me podia privar de estar aqui a escrever.
Este mês, depois de bastante ponderação, abri, na minha
cabeça, a porta da reconstrução. Depois de luz semi-verde por parte do
oncologista, porque apenas em setembro se completam 2 anos após radioterapia,
começamos a pensar nesse processo. Uma primeira consulta de cirurgia já me pôs
a pensar nas hipóteses, trouxe os papéis para os exames necessários, vi e ouvi
o que a minha cirugiã me disse, mas ainda não quero a consulta com o cirurgião
plástico (passo 2).
Porquê adiar o segundo passo? Por tudo e mais alguma
coisa…porque ainda não completei 2 anos após fim de tratamentos choque, porque
tenho pavor a estar outra vez dias e dias sem tomar banho no verão, porque
tenho medo, porque vai doer, porque ainda não sei que decisões vou tomar a
nível de profilaxia, porque vai doer (repetido intencionalmente)...mas acima de
tudo, porque a minha filha entra na escola primária em setembro. É um passo
importante na vida dela, um marco de vida em que eu quero estar presente e
quero que ela tenha uma mãe minimamente activa nessa altura. Quando for operada, provavelmente tenho de voltar a recorrer à minha mãe para assistência ao domicílio e ao Nuno para motorista privado e, diga-se de passagem, nunca gostei muito de estar dependente.
Depois disso, depois de ultrapassadas as outras questões e
depois de eu própria saber o que pretendo com este passo, aí sim, vamos lá
plastificar. Até lá, estou bem, feliz e a viver os dias com alegria. Continuo assim, como sou e como o cancro me deixou. Mas acreditem, eu deixei-o bem pior :)
Beijinho
Vera
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