segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Os meus CA’s


Os CA’s que me deram hoje alguma paz de espírito são os meus amigos CA 15.3 e CA 125. Não são mais do que marcadores tumorais, pequenos indicadores que nos podem tirar o sono ou ativar os sensores da teoria da relativização e nos deixarem de bem com a vida o resto do dia.

O CA 15.3 é monitorizado para detetar recidivas, mais do que propriamente para identificar novos tumores, mas é, de qualquer maneira, um parâmetro muito importante para sobreviventes oncológicos. Semestralmente, quando não o faço com mais assiduidade, faço análise ao marcador CA 15.3. É uma espécie de “checkpoint”…um marcador muito importante e que, apesar de sofrer variações, convém que sejam pequenas e graduais.

Já o CA 125 é feito de modo mais espaçado, no meu caso, e está associado ao cancro do ovário. Tendo o meu cancro se apresentado como hormono-dependente, é importante vigiar igualmente os ovários para evitar surpresas menos boas.

São análises simples de se fazer, apenas com sangue, e dão-nos a sensação, pelo menos, de estarmos sempre a controlar o processo, ou a vida, conforme lhe queiramos chamar. 

Às pessoas "normais", basta fazerem o exame de auto palpação...eu é que gosto de me armar em fina :P


 
Bjinho e Carpe Diem.

vera
 

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

Números que alimentam...

Cada vez que saem artigos relativamente ao cancro de mama inflamatório, lá vou eu passar os olhitos para saber mais e conhecer o que se vai fazendo a nível de investigação, estatísticas e afins. Os números valem o que valem, e os contextos definem os números, mas a verdade é que a taxa de sobrevivência a este tipo de cancro tem vindo a aumentar e as estratégias combinadas de tratamento têm possibilitado uma maior taxa de sobrevivência e qualidade de vida.

Neste estudo em específico, os autores baseiam-se em dados de 14 hospitais do UK e fala-se já aqui em taxas de sobrevivência de 61%, o que é muito bom, tendo em conta a natureza deste bicho!

Alguns dados do estudo:
•IBC cases accounted for 0.4–1.8% of invasive breast cancer cases at these centres.
•Although 86.4% stage III patients received chemotherapy, surgery and radiotherapy, 40.1% developed distant metastases.
•Five-year overall survival (OS) was 61.0% for patients with stage III disease at presentation.


Estou no 4º ano pós-tratamento choque. Estou bem e quero continuar bem. Há esperança, sempre. Temos de nos agarrar a isso, para poder continuar a viver. 

Não consigo entrar em ondas de outubro rosa, mas continuo a divulgar e a falar no meu caso, porque somos poucas, mas somos únicas, como todas as mulheres o são.

No lump, still cancer.

Bjinho
vera