sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Ensinamentos

Deixei passar a meia noite e estava a pensar no dia mundial do cancro. É um dia em que me faz pensar na sorte que tenho por estar viva, por ter respondido ao tratamento, por ter conseguido encarar a mastectomia como um passo para estar viva, por ter tido sempre amigos e família por perto, por estar a ver a Rita a crescer (socorro nesta parte).

Sei que no meio de tudo o que aconteceu, no meio da gravidade da situação e da incerteza que ia crescendo, o cancro também me ensinou algumas coisas. 

Ensinou-me a desprender, ensinou-me a distinguir e a selecionar as lutas que quero travar. Ensinou-me a ser resiliente, mas também a refilar mais e a expressar a minha opinião. 

 Ainda hoje comentava com duas colegas que refilo e bufo de vez em quando. Deixei de conseguir engolir sapos ou comer catos. E quando não quero sequer refilar, afasto-me...que melhor do que termos a firmeza de saber ignorar e avançar quando sabemos o que é importante e temos as nossas fronteiras bem definidas.

O cancro tirou-me muito aos 33 anos, mas também ensinou. E não só a mim, a todos à minha volta que foram afetados também.

Cuidem da vossa saúde, alimentem-se bem e façam sempre exames de vigilância. Este foi um legado do cancro...chatear a malta! 

Beijinho & Keep it Simple!

Vera

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Tensão q.b.

Uma ida ao cirurgião plástico é um momento de tensão.

Tensão q.b., entenda-se,  porque as preocupações não são estéticas no meu caso. Há uns quilos a mais, estupidamente concentrados em alguns sítios, mas convivo bem com eles. Esta tensão vai depois desvanecendo ao longo do dia e chega-se ao fim do dia com a sensação de ter ido ao Porto a pé.

Passados 3 anos voltei ao sítio onde senti mais dores na vida...e voltei com um sorriso nas trombas. É preciso ser parva e esquecer que houve momentos em que me apetecia bater em alguém!

Com o covid, fui adiando a consulta de seguimento, mas devemos começar o ano a limpar assuntos pendentes e esse era um deles.

Uns quistos derivados do "lipofilling" precisavam do olhar clínico. Assim que o tiveram, ficaram felizes por saber que não os vamos incomodar nem com aspirações nem com cirurgias. É mesmo para deixar o organismo tratar disso, com o tempo que precisam, com a calma que exigem e com a descontração de quem já olha para os quistos com ar de "Achas que me incomodas depois de tudo o que já vivemos?"

Keep it simple!

Beijinho.