Deixei passar a meia noite e estava a pensar no dia mundial do cancro. É um dia em que me faz pensar na sorte que tenho por estar viva, por ter respondido ao tratamento, por ter conseguido encarar a mastectomia como um passo para estar viva, por ter tido sempre amigos e família por perto, por estar a ver a Rita a crescer (socorro nesta parte).
Sei que no meio de tudo o que aconteceu, no meio da gravidade da situação e da incerteza que ia crescendo, o cancro também me ensinou algumas coisas.
Ensinou-me a desprender, ensinou-me a distinguir e a selecionar as lutas que quero travar. Ensinou-me a ser resiliente, mas também a refilar mais e a expressar a minha opinião.
Ainda hoje comentava com duas colegas que refilo e bufo de vez em quando. Deixei de conseguir engolir sapos ou comer catos. E quando não quero sequer refilar, afasto-me...que melhor do que termos a firmeza de saber ignorar e avançar quando sabemos o que é importante e temos as nossas fronteiras bem definidas.
O cancro tirou-me muito aos 33 anos, mas também ensinou. E não só a mim, a todos à minha volta que foram afetados também.
Cuidem da vossa saúde, alimentem-se bem e façam sempre exames de vigilância. Este foi um legado do cancro...chatear a malta!
Beijinho & Keep it Simple!
Vera