Pois bem, ontem foi dia do segundo check-up. Dia repleto de emoções contraditórias.
Fui de manhã bem cedo, sozinha porque fico mal-disposta nestes dias e ninguém tem de aturar o meu mau génio. Marcado para as 9:30, o eco-cardiograma para ver como anda o coração, de tarde raio-x e ecografias (com direito a 6 h de jejum). O dia não começou com o exame ao coração, porque o médico que me acompanha desde o início do Herceptin estranhamente faltou ao serviço. Saí eu da cama tão cedo para lá chegar a horas e depois vi-me com um hiato de 6 horas até ao próximo exame.
Aproveitei para ver o meu querido oncologista, que me sossegou logo em relação a um caroço que tinha surgido na axila direita, no lado do bicho. A Stela, minha fisioterapeuta, detetou-o há uns dias e embora eu me quisesse mentalizar que não era nada, a verdade é que não me saía da cabeça. Mais uns cabelos brancos que ganhei. Vale-me sempre a simpatia e assertividade do Dr. Leal :)
Ora, o Hospital da Arrábida tem uma das entradas via shopping, portanto o que se faz?
Nah...não se foi gastar dinheiro, até porque o cancro já faz isso muito bem. Já estoirei com mais um plafond do seguro. É um daqueles investimentos que, se possível, aconselho vivamente. Foi graças ao seguro que pude pagar o tratamento de forma rápida e eficaz.
Com tempo para queimar, fui cortar o cabelo. Apesar de a Rita me pedir para deixar crescer o cabelo, ainda gosto de me ver com cabelo curto e, verdade seja dito, isto é super prático!
À tarde, depois de umas horas de fome, fiz os restantes exames. Raio X ao tórax e ecografias mamária e abdominal para nos certificarmos que não há recidiva do "senhor bicho". Inicialmente queria submeter-me a tudo o que era exame (RMN, TAC, etc) para me certificar disso, mas o meu oncologista explicou-me que não se submete o paciente a mais radiação só por vontade, mas sim quando houver sintomas para isso, ou depois de o corpo recuperar desta dose de radiação que levei. Tudo a seu tempo, com naturalidade.
Foi possível verificar que o maldito caroço pode ser um simples pêlo encravado ou um quisto sebáceo, nada de grave. Mas que teve uma pontaria para aparecer naquele sítio, lá isso teve. Vamos vigiando e esperar que desapareça, porque está na zona que foi irradiada, por isso quanto menos mexer, melhor.
Saí do Porto mais descansada, aliviada. Já não cheguei a horas da fisioterapia, por isso fui direta à piscina para ir buscar a Rita e irritei-me. Porque raio se há-de obrigar uma criança a saltar para uma piscina, quando a criança tem medo...quando a criança manifesta que não se sente segura sem a presença da professora na água...quando se misturam crianças de níveis diferentes, frustram-se umas, assustam-se outras. Por isso, levei a Rita embora a meio da aula. Se souberem de aulas de natação para crianças em Aveiro, digam-me por favor.
Chegada a casa, semi-irritada, duas meninas de Ermesinde, big Jane e sobrinha Marta, para a surpresa. Foi um fim de tarde muito agradável, complementado depois com a chegada da tia Sandra e tio João e conversa até às tantas. Obrigada minhas amigas do coração.
Como vêm, foi um dia de emoções contraditórias. Mas, no fundo, foi um dia bom.
Beijinho
Um cancro de mama diagnosticado aos 33 anos. Não procuro ser mais do que um exemplo de luta, mais uma "Maria" a encarar olhos nos olhos esta doença. Não sou a primeira, gostaria muito de ser a última mulher com esta doença. Infelizmente, não serei. Mas serei mais uma a dar armas às "Marias" que se virem confrontadas com este desencontro da vida.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2014
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Fontes de informação
Uma das minhas convicções nesta luta contra o cancro é que uma luta informada pode sair mais facilmente vencedora. Procuro inteirar-me o mais possível acerca do assunto nas suas variadas abordagens, reconhecendo logicamente as minhas limitações na área da medicina.
A Terry Arnold, que lidera a rede de apoio a pacientes com IBC, faz de ponte entre o que se faz a nível de investigação e os pacientes. Ela própria é uma sobrevivente do IBC, com uma força fantástica.
Recebo feedback desta rede diariamente, com notícias de artigos, trials novas, estudos ou simplesmente desabafos de outras mulheres com IBC. Ainda hoje descobri que a minha dislexia pós-tratamento com Herceptin afinal não é nada fora de comum. Uma senhora queixava-se do mesmo. A língua enrola, o discurso fica preso e o cérebro parece trabalhar mais depressa do que a língua. Felizmente é só no dia do tratamento:)
O MD Anderson Cancer Center é uma fonte de informação fantástica, aliado a investigação de topo nesta área, com informação elucidativa para pacientes, médicos e quem quer se interesse pelo assunto. Uma lição simples e fácil de perceber acerca do cancro inflamatório da mama, que um leigo consegue entender está disponível aqui.
Como se costuma dizer nas terras do Tio Sam, "no lump, still cancer".
Bjinho
A Terry Arnold, que lidera a rede de apoio a pacientes com IBC, faz de ponte entre o que se faz a nível de investigação e os pacientes. Ela própria é uma sobrevivente do IBC, com uma força fantástica.
Recebo feedback desta rede diariamente, com notícias de artigos, trials novas, estudos ou simplesmente desabafos de outras mulheres com IBC. Ainda hoje descobri que a minha dislexia pós-tratamento com Herceptin afinal não é nada fora de comum. Uma senhora queixava-se do mesmo. A língua enrola, o discurso fica preso e o cérebro parece trabalhar mais depressa do que a língua. Felizmente é só no dia do tratamento:)
O MD Anderson Cancer Center é uma fonte de informação fantástica, aliado a investigação de topo nesta área, com informação elucidativa para pacientes, médicos e quem quer se interesse pelo assunto. Uma lição simples e fácil de perceber acerca do cancro inflamatório da mama, que um leigo consegue entender está disponível aqui.
Como se costuma dizer nas terras do Tio Sam, "no lump, still cancer".
Bjinho
sexta-feira, 12 de dezembro de 2014
Cancerversário
O meu primeiro cancerversário celebra-se hoje.
É uma expressão que adoptei das guerreiras norte-americanas com cancro inflamatório da mama com quem troco diariamente umas palavras. Deram-me força e alento, apesar da distância física. Muita informação, muito apoio e acima de tudo muita partilha de sentimentos e de experiências de mulheres com o mesmo tipo de cancro de mama.
Faz hoje 1 ano que recebi o diagnóstico, a biópsia que me dizia que era um carcinoma invasor. Tudo tão novo naquela altura, tudo tão inesperado. Sabia lá eu que podiam ser invasores ou não invasores (=in situ), que podiam ser lobulares, tubulares ductais, inflamatórios....que sabia eu de cancro?
Pouco, muito pouco. Ao longo deste ano de luta, aprendi muito sobre cancro, especialmente acerca do cancro da mama. Assustei-me muito quando investiguei o meu tipo específico de cancro. As probabilidades de sobrevivência assustaram-me brutalmente e houve momentos em que nada fazia sentido e a luta interna para me manter bem disposta e coerente era tão grande.
Sobreviver para ver a Rita a crescer, nada mais do que isso, pedia eu a mim mesma.
Lembro-me perfeitamente de estar na festa de Natal da escolinha da Rita. Ia voluntariamente atuar numa das peças e só pensava que tinha cancro enquanto tentava levar os fantoches do circo dos animais até ao fim. Olhava para ela no palco e as lágrimas a querer sair. Mas ela, tão cheia de vida, tão única e teimosa foi essencial neste processo.
E foi a isso que me agarrei, à minha filha teimosa. Talvez tenha herdado a teimosia da mãe, dizem as más-línguas. Lutei, vivi dias menos bons durante a quimioterapia, sujeitei-me à mutilação de uma parte do meu corpo, enfrentei a radioterapia e aguentei as dores nas queimaduras no corpo enquanto a minha querida fisioterapeuta me "recuperava" o braço. Agora a imuno e hormonoterapias...que provocaram uma menopausa precoce, com aqueles calores maravilhosos, mas bem pior que os calores são o inchaço das mãos e dores nas articulações. Peanuts, comparado com tudo o resto.
Passou um ano a correr. Parece que ainda ontem ia para a primeira quimioterapia, hoje espero e desejo nunca mais a voltar a sentir a entrar nas veias. Ainda sem coragem para dizer que estou livre. Não estou, nem nunca estarei totalmente. Preciso que passe tempo, muito tempo. Já passaram 6 meses depois da cirurgia e tem estado tudo calmo. Como diz o meu querido oncologista, precisamos que o tempo passe depressa e bem, para diminuir as chances de recidiva.
Agradeço todos os dias a Deus, ou ao destino, que tenha colocado este senhor na minha vida. Cuidou, e cuida, de mim com uma atenção que nenhum dinheiro do mundo paga. Obrigado Dr. Leal da Silva, pelas coisas tão pequenas como um sorriso, um abraço ou pelas nossas conversas sobre fins de semana no nosso Portugal.
Para a semana, segundo check-up trimestral. Vai estar tudo bem e vou voltar ao trabalho em janeiro. Hoje fui a mais uma junta médica. Mais uma experiência sobre-natural, mas hoje não é dia para criticarmos o nosso sistema.
Obrigado a todos que estiveram comigo este ano, que me apoiaram nas coisas maiores e mais pequenas. Este cancro meteu-se com muita gente ao alojar-se no meu corpo.
Bjinho,
Vera
É uma expressão que adoptei das guerreiras norte-americanas com cancro inflamatório da mama com quem troco diariamente umas palavras. Deram-me força e alento, apesar da distância física. Muita informação, muito apoio e acima de tudo muita partilha de sentimentos e de experiências de mulheres com o mesmo tipo de cancro de mama.
Faz hoje 1 ano que recebi o diagnóstico, a biópsia que me dizia que era um carcinoma invasor. Tudo tão novo naquela altura, tudo tão inesperado. Sabia lá eu que podiam ser invasores ou não invasores (=in situ), que podiam ser lobulares, tubulares ductais, inflamatórios....que sabia eu de cancro?
Pouco, muito pouco. Ao longo deste ano de luta, aprendi muito sobre cancro, especialmente acerca do cancro da mama. Assustei-me muito quando investiguei o meu tipo específico de cancro. As probabilidades de sobrevivência assustaram-me brutalmente e houve momentos em que nada fazia sentido e a luta interna para me manter bem disposta e coerente era tão grande.
Sobreviver para ver a Rita a crescer, nada mais do que isso, pedia eu a mim mesma.
Lembro-me perfeitamente de estar na festa de Natal da escolinha da Rita. Ia voluntariamente atuar numa das peças e só pensava que tinha cancro enquanto tentava levar os fantoches do circo dos animais até ao fim. Olhava para ela no palco e as lágrimas a querer sair. Mas ela, tão cheia de vida, tão única e teimosa foi essencial neste processo.
E foi a isso que me agarrei, à minha filha teimosa. Talvez tenha herdado a teimosia da mãe, dizem as más-línguas. Lutei, vivi dias menos bons durante a quimioterapia, sujeitei-me à mutilação de uma parte do meu corpo, enfrentei a radioterapia e aguentei as dores nas queimaduras no corpo enquanto a minha querida fisioterapeuta me "recuperava" o braço. Agora a imuno e hormonoterapias...que provocaram uma menopausa precoce, com aqueles calores maravilhosos, mas bem pior que os calores são o inchaço das mãos e dores nas articulações. Peanuts, comparado com tudo o resto.
Passou um ano a correr. Parece que ainda ontem ia para a primeira quimioterapia, hoje espero e desejo nunca mais a voltar a sentir a entrar nas veias. Ainda sem coragem para dizer que estou livre. Não estou, nem nunca estarei totalmente. Preciso que passe tempo, muito tempo. Já passaram 6 meses depois da cirurgia e tem estado tudo calmo. Como diz o meu querido oncologista, precisamos que o tempo passe depressa e bem, para diminuir as chances de recidiva.
Agradeço todos os dias a Deus, ou ao destino, que tenha colocado este senhor na minha vida. Cuidou, e cuida, de mim com uma atenção que nenhum dinheiro do mundo paga. Obrigado Dr. Leal da Silva, pelas coisas tão pequenas como um sorriso, um abraço ou pelas nossas conversas sobre fins de semana no nosso Portugal.
Para a semana, segundo check-up trimestral. Vai estar tudo bem e vou voltar ao trabalho em janeiro. Hoje fui a mais uma junta médica. Mais uma experiência sobre-natural, mas hoje não é dia para criticarmos o nosso sistema.
Obrigado a todos que estiveram comigo este ano, que me apoiaram nas coisas maiores e mais pequenas. Este cancro meteu-se com muita gente ao alojar-se no meu corpo.
Bjinho,
Vera
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
A fase nojenta
Tenho estado distraída do blog com outros assuntos, mas escrever faz-me bem. Acabo por libertar aqui muitas das coisas que só eu penso e passo. Não debito aqui tudo o que se passa nesta cabecinha pensadora, senão ainda me internavam num manicómio :)
Não consigo dizer que estou livre do cancro. Acho que nunca o direi, mas poderia afirmar que já me safei, que sou uma sobrevivente, enfim, qualquer coisa do género. Ainda não o consigo dizer. Daqui a uma semana, mais um tratamento para a veia, daqui a duas o segundo check-up pós-quimio/mastectomia/radiação. No primeiro check-up básico estava tudo ok, marcador estável, o outro peito sereno, o coração a aguentar a imunoterapia, ainda que já com sinais de estar a ser atacado. Já repeti o marcador tumoral há 2 semanas atrás, continua baixinho e sem grandes oscilações. É um alívio daqueles ver aquele número baixinho!
E porquê então a fase nojenta?
Segundo a minha vizinha, madame andreia, estou efetivamente na "fase nojenta". Adorei a expressão e vou "adoptar". Estou no que se chama a fase nojenta do cancro. Passo a explicar. Quem me vê na rua, no supermercado, whatever, não diz que estou doente. Pelo contrário, eu vendo saúde. Ahahaahah...adoro esta expressão. Se souberem onde se vende saúde, digam-me por favor...não que eu precise, só para saber :)
Como raramente me queixo e prefiro guardar para mim as dores, então aí é que começam a bombardear-me com "quando voltas a trabalhar" ou "até quando precisa de baixa?" ou ainda melhor "está de baixa porquê?"...
Quem me dera não ter dores nas articulações, conseguir caminhar normal quando acordo (pareço uma velhinha com os "crack.crack" das articulações), não sentir os efeitos desta nova medicação que me fazem acordar com dores e dormência nas mãos (provocou-me o síndrome do túnel cárpico), as insónias e a falta de força nas pernas...enfim....nada que eu não aguente e enfrente. Só não me digam que eu vendo saúde, please! Não levo a mal nem guardo rancor de quem me diz estas coisas, mas às vezes apetecia responder torto :)
Para quem tem efetivamente curiosidade ou simplesmente sente a minha falta nos corredores da reitoria, planeio voltar em Janeiro, se os exames estiverem ok e tiver alta do oncologista. Espero sinceramente que sim, porque sei que já não aguentam com tantas saudades minhas :)
Vou retomar a fisioterapia na próxima semana, porque com o frio, o meu braço congela de vez em quando e custa colocá-lo em certas posições. Nada que não se combata, de uma maneira ou outra. É preciso é lutar e seguir em frente.
Keep on fighting IBC
Bjinho
Ps1...Hoje foi dia de injeção Zoladex...3 enfermeiras a ver, uma pediu para "EXPERIMENTAR", porque nunca tinha dado. Há que dar o corpo ao manifesto e à formação das enfermeiras. OUCH.....
Ps2...Fui hoje à UA e, para variar, muito bem recebida pelo chefe e colegas. Obrigada :)
Não consigo dizer que estou livre do cancro. Acho que nunca o direi, mas poderia afirmar que já me safei, que sou uma sobrevivente, enfim, qualquer coisa do género. Ainda não o consigo dizer. Daqui a uma semana, mais um tratamento para a veia, daqui a duas o segundo check-up pós-quimio/mastectomia/radiação. No primeiro check-up básico estava tudo ok, marcador estável, o outro peito sereno, o coração a aguentar a imunoterapia, ainda que já com sinais de estar a ser atacado. Já repeti o marcador tumoral há 2 semanas atrás, continua baixinho e sem grandes oscilações. É um alívio daqueles ver aquele número baixinho!
E porquê então a fase nojenta?
Segundo a minha vizinha, madame andreia, estou efetivamente na "fase nojenta". Adorei a expressão e vou "adoptar". Estou no que se chama a fase nojenta do cancro. Passo a explicar. Quem me vê na rua, no supermercado, whatever, não diz que estou doente. Pelo contrário, eu vendo saúde. Ahahaahah...adoro esta expressão. Se souberem onde se vende saúde, digam-me por favor...não que eu precise, só para saber :)
Como raramente me queixo e prefiro guardar para mim as dores, então aí é que começam a bombardear-me com "quando voltas a trabalhar" ou "até quando precisa de baixa?" ou ainda melhor "está de baixa porquê?"...
Quem me dera não ter dores nas articulações, conseguir caminhar normal quando acordo (pareço uma velhinha com os "crack.crack" das articulações), não sentir os efeitos desta nova medicação que me fazem acordar com dores e dormência nas mãos (provocou-me o síndrome do túnel cárpico), as insónias e a falta de força nas pernas...enfim....nada que eu não aguente e enfrente. Só não me digam que eu vendo saúde, please! Não levo a mal nem guardo rancor de quem me diz estas coisas, mas às vezes apetecia responder torto :)
Para quem tem efetivamente curiosidade ou simplesmente sente a minha falta nos corredores da reitoria, planeio voltar em Janeiro, se os exames estiverem ok e tiver alta do oncologista. Espero sinceramente que sim, porque sei que já não aguentam com tantas saudades minhas :)
Vou retomar a fisioterapia na próxima semana, porque com o frio, o meu braço congela de vez em quando e custa colocá-lo em certas posições. Nada que não se combata, de uma maneira ou outra. É preciso é lutar e seguir em frente.
Keep on fighting IBC
Bjinho
Ps1...Hoje foi dia de injeção Zoladex...3 enfermeiras a ver, uma pediu para "EXPERIMENTAR", porque nunca tinha dado. Há que dar o corpo ao manifesto e à formação das enfermeiras. OUCH.....
Ps2...Fui hoje à UA e, para variar, muito bem recebida pelo chefe e colegas. Obrigada :)
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Superstições
Costumamos ouvir que não acreditamos em bruxas, mas que as há, há, certo?
Pois, com o chamado Pão do Vaticano aconteceu a mesma coisa cá em casa. A minha cunhada trouxe-me uma porção da massa, conforme manda a regra para não quebrar a dita corrente. Sou um bocado suspeita nestas coisas, nunca acreditei nestas ditas correntes da sorte, mas o que é certo é que o pão sabe muito bem (ela trouxe também uma fatia para eu provar). Não tinha nada a perder e juntamente com a Rita, o pão foi-se fazendo.
Numa tentativa de tornar o pão mais saudável e compatível com o regime alimentar que sigo, juntei bagas de goji, lascas de côco e nozes de Soure (obrigada Ana Carina).
No sábado era dia de cozer o pão. Com tanta farinha branca e açúcar, ainda com óleo à mistura, só pensava na bomba hiper-calórica que ia fabricar. Mas enfim, dias não são dias e preparei tudo. Cozeu bem, ficou um cheiro maravilhoso e de aspeto estava muito bonito.
Fiz a minha parte. Dei três porções e aguardo feedback das felizes contempladas :)
Bjinho,
************************
O que se diz acerca do PÃO DO VATICANO
Este pão trará boa sorte a toda a família. Aquele que coze o pão tem um desejo realizado.
Apenas deve fazer este pão uma vez na vida. Começa na 2º feira. É importante que o fermento NÃO esteja no frigorífico. Coloque a massa numa taça ou bacia de vidro e cubra com um pano de cozinha. Só pode mexer com uma colher de pau, nunca com talheres de metal ou com as mãos.
·2ª feira: Junte 250g de açúcar – Não mexer
·3ª feira: junte 250ml de leite fervido (deixe arrefecer antes de usar)– não mexer
·4ª feira: junte 250g de farinha – não mexer
·5ª feira: hoje pode mexer tudo – apenas com uma colher de pau
·6ª feira: junte 250g de açúcar, 250ml de leite fervido e arrefecido e 250g de farinha. Mexer ao redor e ajustar para 4 porções. Dar 3 porções. A 4ª fica para si e é com ela que faz o pão.
·Sábado: Para a 4ª porção junte 250g de farinha, ½ colher de sopa de bicarbonato de sódio, ½ pacote (ou uma colher de sopa) de fermento em pó, 3 ovos, açúcar baunilhado qb, 250ml de óleo, nozes picadas grosseiramente, ½ colher de sopa de canela, 3 punhados de passas, pedaços de maçã e raspas de chocolate. Unte uma forma e ligue o forno a 180º C.
Pois, com o chamado Pão do Vaticano aconteceu a mesma coisa cá em casa. A minha cunhada trouxe-me uma porção da massa, conforme manda a regra para não quebrar a dita corrente. Sou um bocado suspeita nestas coisas, nunca acreditei nestas ditas correntes da sorte, mas o que é certo é que o pão sabe muito bem (ela trouxe também uma fatia para eu provar). Não tinha nada a perder e juntamente com a Rita, o pão foi-se fazendo.
Numa tentativa de tornar o pão mais saudável e compatível com o regime alimentar que sigo, juntei bagas de goji, lascas de côco e nozes de Soure (obrigada Ana Carina).
No sábado era dia de cozer o pão. Com tanta farinha branca e açúcar, ainda com óleo à mistura, só pensava na bomba hiper-calórica que ia fabricar. Mas enfim, dias não são dias e preparei tudo. Cozeu bem, ficou um cheiro maravilhoso e de aspeto estava muito bonito.
Fiz a minha parte. Dei três porções e aguardo feedback das felizes contempladas :)
Bjinho,
************************
O que se diz acerca do PÃO DO VATICANO
Este pão trará boa sorte a toda a família. Aquele que coze o pão tem um desejo realizado.
Apenas deve fazer este pão uma vez na vida. Começa na 2º feira. É importante que o fermento NÃO esteja no frigorífico. Coloque a massa numa taça ou bacia de vidro e cubra com um pano de cozinha. Só pode mexer com uma colher de pau, nunca com talheres de metal ou com as mãos.
·2ª feira: Junte 250g de açúcar – Não mexer
·3ª feira: junte 250ml de leite fervido (deixe arrefecer antes de usar)– não mexer
·4ª feira: junte 250g de farinha – não mexer
·5ª feira: hoje pode mexer tudo – apenas com uma colher de pau
·6ª feira: junte 250g de açúcar, 250ml de leite fervido e arrefecido e 250g de farinha. Mexer ao redor e ajustar para 4 porções. Dar 3 porções. A 4ª fica para si e é com ela que faz o pão.
·Sábado: Para a 4ª porção junte 250g de farinha, ½ colher de sopa de bicarbonato de sódio, ½ pacote (ou uma colher de sopa) de fermento em pó, 3 ovos, açúcar baunilhado qb, 250ml de óleo, nozes picadas grosseiramente, ½ colher de sopa de canela, 3 punhados de passas, pedaços de maçã e raspas de chocolate. Unte uma forma e ligue o forno a 180º C.
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Aniversário
Este fim de semana bombardeei o meu organismo com hormonas felizes.
Cancro, toma lá destas para ver se gostas!
Em primeiro lugar, a devida explicação para receber parabéns em dois dias diferentes. Corria o belo ano de 1980, ano de boa colheita, e nascia a minha pessoa lá em Viadal, uma das aldeias da Serra da Freita, Vale de Cambra. Nasci em casa, como já tinha acontecido com o irmão mais velho. Apenas o mais novo teve o direito a nascer no hospital. Por lá, era ainda normal que os partos fossem feitos assim.
Reza a "lenda" que, já mais tarde, quando o meu pai me foi registar, não se terá propriamente lembrado da data com exatidão, portanto apontou para meados do mês. Resumindo, nasci a 16, mas legalmente nasci a 15. A maior parte das pessoas que me conhece já ouviu esta história. Contei-a imensas vezes para evitar que me dessem os parabéns duas vezes, mas desisti. Agora recebo a 15 e a 16, porque independentemente da data, conta a intenção. É tipo casamento cigano, uma festa que perdura.
Dada a explicação, eis que sou presenteada no sábado, pela manhã, com um arranjo de 34 rosas logo pela manhã, com a participação de 143 pessoas (e alguns animais)...sim 143. A iniciativa foi de uma pessoa que entrou nas nossas vidas quando eu já estava grávida da Rita e aqui permanece. Por algum motivo será, certo?
A D. Alda organizou esta conspiração e conseguiu angariar esta gente toda com a ajuda de outros conspiradores. Claro que eu, a rapariga forte, fiquei meia aparvalhada e com alguns problemas de humidade nos olhos. Deve ser alergia às flores, claro. Que todo o bem que ela me deseja se converta em felicidade e paz de espírito para ela e seus filhos.
Não há palavras para agradecer o gesto, em primeiro lugar o da D. Alda e depois o de todos os que participaram, mesmo eu não conhecendo algumas das pessoas, nem nunca ter privado com elas. Desde família direta, a amigos, primos e padrinho no estrangeiro, colegas de trabalho da UA, é um mar de gente naquela lista. Fiquei babada com tanto carinho disperso :)
Foi um gesto muito bonito, que me fez pensar, mais uma vez, nas coisas boas que um cancro nos pode trazer. Falar em lado positivo de uma doença destas pode parecer de loucos, mas loucura à parte, o cancro trouxe-me muita coisa boa e só espero que viva anos suficientes para poder retribuir toda a amizade, carinho e amor que tenho recebido ao longo deste ano.
Fiz hoje questão de responder a mais de 200 mensagens de parabéns no Facebook, porque se todos perderam um bocadinho de tempo a desejarem-me os parabéns, então também tenho de fazer o mesmo. Obrigada a todos.
Como eu costumo dizer, o cabrão é forte, mas eu não estou sozinha nesta luta.
Sou forte e somos muitos a lutar, por isso "keep on fighting".
Bjinho e obrigada
PS...Amanhã novo Herceptin. Aguenta coração...já faltam só 6 meses desta droga!
Cancro, toma lá destas para ver se gostas!
Em primeiro lugar, a devida explicação para receber parabéns em dois dias diferentes. Corria o belo ano de 1980, ano de boa colheita, e nascia a minha pessoa lá em Viadal, uma das aldeias da Serra da Freita, Vale de Cambra. Nasci em casa, como já tinha acontecido com o irmão mais velho. Apenas o mais novo teve o direito a nascer no hospital. Por lá, era ainda normal que os partos fossem feitos assim.
Reza a "lenda" que, já mais tarde, quando o meu pai me foi registar, não se terá propriamente lembrado da data com exatidão, portanto apontou para meados do mês. Resumindo, nasci a 16, mas legalmente nasci a 15. A maior parte das pessoas que me conhece já ouviu esta história. Contei-a imensas vezes para evitar que me dessem os parabéns duas vezes, mas desisti. Agora recebo a 15 e a 16, porque independentemente da data, conta a intenção. É tipo casamento cigano, uma festa que perdura.
Dada a explicação, eis que sou presenteada no sábado, pela manhã, com um arranjo de 34 rosas logo pela manhã, com a participação de 143 pessoas (e alguns animais)...sim 143. A iniciativa foi de uma pessoa que entrou nas nossas vidas quando eu já estava grávida da Rita e aqui permanece. Por algum motivo será, certo?
A D. Alda organizou esta conspiração e conseguiu angariar esta gente toda com a ajuda de outros conspiradores. Claro que eu, a rapariga forte, fiquei meia aparvalhada e com alguns problemas de humidade nos olhos. Deve ser alergia às flores, claro. Que todo o bem que ela me deseja se converta em felicidade e paz de espírito para ela e seus filhos.
Não há palavras para agradecer o gesto, em primeiro lugar o da D. Alda e depois o de todos os que participaram, mesmo eu não conhecendo algumas das pessoas, nem nunca ter privado com elas. Desde família direta, a amigos, primos e padrinho no estrangeiro, colegas de trabalho da UA, é um mar de gente naquela lista. Fiquei babada com tanto carinho disperso :)
Foi um gesto muito bonito, que me fez pensar, mais uma vez, nas coisas boas que um cancro nos pode trazer. Falar em lado positivo de uma doença destas pode parecer de loucos, mas loucura à parte, o cancro trouxe-me muita coisa boa e só espero que viva anos suficientes para poder retribuir toda a amizade, carinho e amor que tenho recebido ao longo deste ano.
Fiz hoje questão de responder a mais de 200 mensagens de parabéns no Facebook, porque se todos perderam um bocadinho de tempo a desejarem-me os parabéns, então também tenho de fazer o mesmo. Obrigada a todos.
Como eu costumo dizer, o cabrão é forte, mas eu não estou sozinha nesta luta.
Sou forte e somos muitos a lutar, por isso "keep on fighting".
Bjinho e obrigada
PS...Amanhã novo Herceptin. Aguenta coração...já faltam só 6 meses desta droga!
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Malditos leucócitos
Tenho andado desaparecida. Há alturas em que temos de nos distanciar, experimentar novas realidades para sentirmos o que é verdadeiramente importante. Um fim de semana com os primos do Nuno foi bom para nós e bom para a Rita, que pôde estar com a prima Lara.
Quando estamos bem de saúde, nunca temos tempo para estar com a família. Arranjamos sempre desculpas, compromissos inadiáveis e os anos vão passando sem nos darmos a conhecer e sem desfrutarmos da companhia das pessoas.
Quando temos a noção de que não somos imortais, aprendemos a controlar melhor o nosso tempo e a valorizar os minutos.
Foi um fim de semana divertido na cidade berço. Uma cidade que merece, talvez, uma nova visita. Há tanta coisa a visitar, tanta história a apreender. Recomendo! Talvez da próxima também com companhia da prima emigrada:)
Hoje foi dia de Zoladex...mais um rasgo no pneu!
A enfermeira Andreia disse-me, em tom de brincadeira, que lhe custava imenso dar-me a injecção! Pois, só me restou rir...a mim custa um bocadinho mais, mas tem de ser. Se cá quero andar mais uns anitos, tenho mesmo de suportar estas coisinhas.
Fui igualmente levantar as análises ao sangue. Infelizmente continuo com o sistema imunitário pelas ruas da amargura, mas como me costumam dizer, "de aspecto" estou ótima! Pensei que já estivesse mais recomposta, mas o embate tem sido forte e o corpo demora a recuperar. Com a alimentação mais cuidada, exercício e força de vontade, espero em breve voltar a valores mais normais.
Até lá, não se cheguem a mim com viroses ou gripes!
Bjinhos
Quando estamos bem de saúde, nunca temos tempo para estar com a família. Arranjamos sempre desculpas, compromissos inadiáveis e os anos vão passando sem nos darmos a conhecer e sem desfrutarmos da companhia das pessoas.
Quando temos a noção de que não somos imortais, aprendemos a controlar melhor o nosso tempo e a valorizar os minutos.
Foi um fim de semana divertido na cidade berço. Uma cidade que merece, talvez, uma nova visita. Há tanta coisa a visitar, tanta história a apreender. Recomendo! Talvez da próxima também com companhia da prima emigrada:)
Hoje foi dia de Zoladex...mais um rasgo no pneu!
A enfermeira Andreia disse-me, em tom de brincadeira, que lhe custava imenso dar-me a injecção! Pois, só me restou rir...a mim custa um bocadinho mais, mas tem de ser. Se cá quero andar mais uns anitos, tenho mesmo de suportar estas coisinhas.
Fui igualmente levantar as análises ao sangue. Infelizmente continuo com o sistema imunitário pelas ruas da amargura, mas como me costumam dizer, "de aspecto" estou ótima! Pensei que já estivesse mais recomposta, mas o embate tem sido forte e o corpo demora a recuperar. Com a alimentação mais cuidada, exercício e força de vontade, espero em breve voltar a valores mais normais.
Até lá, não se cheguem a mim com viroses ou gripes!
Bjinhos
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Contradições
Num mês particularmente dedicado à prevenção do cancro da mama, e hoje em específico com campanhas em todo o país, é triste vermos as notícias que nos dão conta dos atrasos nos IPOs. Pressinto até alguma contradição nas políticas de saúde e na ação. Deve ser impressão minha!
Lembro-me muitas vezes do meu caso...semanas a fio à espera de exames e de consultas, quando devia era ter abandonado o SNS e partido logo em busca de soluções mais rápidas. Acreditava piamente que era ali que se tratava um cancro. Desconhecia o tipo de cancro que tinha e lá também não o identificaram (até o estadiamento estava desfasado da realidade). Fico ligeiramente azeda quando me lembro do que se passou no meu caso. Já se deve ter notado :(
Não me considero uma pessoa desinformada e mesmo assim foi tão fácil manter-me presa a um sistema estupidamente lento e burocrático e influenciado por fatores C. Disse-me uma médica lá no IPO Coimbra, já quando eu estava no Hospital da Arrábida em tratamento, que eu tinha chegado numa altura complicada de férias e Natal à mistura. Que inconveniente que eu fui :)
Amarguras e tristezas não pagam dívidas, por isso evito até pensar na situação. Foi o que foi, muito por culpa minha em acreditar que devia ser ali tratada e não ter aberto os olhos mais cedo. Anseio pelo dia em que se atue rapidamente do diagnóstico inicial à ação e não se atrasem exames e procedimentos por conveniência ou falta de recursos dos serviços.
Alguém, ou alguma coisa, quis compensar-me por este mau começo e colocou o meu oncologista no caminho. Ainda esta terça-feira, antes de mais um tratamento, uma conversa com ele acerca do meu estado atual e do meu regresso à vida ativa. Sincero, carinhoso e preocupado comigo. Independentemente de quantos anos viva, nunca me esquecerei das conversas e do empenho do Dr. Leal na minha recuperação.
Às mulheres que me acompanham, há que fazer os exames de rotina. Nada de adiar uma ecografia ou mamografia por falta de tempo ou porque têem muito trabalho. A vida força-nos a parar, por isso mais vale que o façamos de livre vontade.
À mulher que deixou de fumar há um mês, PARABÉNS!
Cada dia que passa reduzes a probabilidade de ter problemas por causa do cigarro e o teu filho T. merece isso e muito mais.
Bjinho
Vera
PS. Num dos meus livros acerca de cancro, encontrei hoje um miminho da minha filha!
Lembro-me muitas vezes do meu caso...semanas a fio à espera de exames e de consultas, quando devia era ter abandonado o SNS e partido logo em busca de soluções mais rápidas. Acreditava piamente que era ali que se tratava um cancro. Desconhecia o tipo de cancro que tinha e lá também não o identificaram (até o estadiamento estava desfasado da realidade). Fico ligeiramente azeda quando me lembro do que se passou no meu caso. Já se deve ter notado :(
Não me considero uma pessoa desinformada e mesmo assim foi tão fácil manter-me presa a um sistema estupidamente lento e burocrático e influenciado por fatores C. Disse-me uma médica lá no IPO Coimbra, já quando eu estava no Hospital da Arrábida em tratamento, que eu tinha chegado numa altura complicada de férias e Natal à mistura. Que inconveniente que eu fui :)
Amarguras e tristezas não pagam dívidas, por isso evito até pensar na situação. Foi o que foi, muito por culpa minha em acreditar que devia ser ali tratada e não ter aberto os olhos mais cedo. Anseio pelo dia em que se atue rapidamente do diagnóstico inicial à ação e não se atrasem exames e procedimentos por conveniência ou falta de recursos dos serviços.
Alguém, ou alguma coisa, quis compensar-me por este mau começo e colocou o meu oncologista no caminho. Ainda esta terça-feira, antes de mais um tratamento, uma conversa com ele acerca do meu estado atual e do meu regresso à vida ativa. Sincero, carinhoso e preocupado comigo. Independentemente de quantos anos viva, nunca me esquecerei das conversas e do empenho do Dr. Leal na minha recuperação.
Às mulheres que me acompanham, há que fazer os exames de rotina. Nada de adiar uma ecografia ou mamografia por falta de tempo ou porque têem muito trabalho. A vida força-nos a parar, por isso mais vale que o façamos de livre vontade.
À mulher que deixou de fumar há um mês, PARABÉNS!
Cada dia que passa reduzes a probabilidade de ter problemas por causa do cigarro e o teu filho T. merece isso e muito mais.
Bjinho
Vera
PS. Num dos meus livros acerca de cancro, encontrei hoje um miminho da minha filha!
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
O amigo Budwigzinho
E se temos frequentemente a sra. curcumina a aromatizar e colorir os cozinhados, agora o amigo Budwig logo pela manhã. Fiz há dias a minha primeira tentativa e gostei do resultado.
Todos nós apreendemos rotinas alimentares ao longo da nossa vida. Não quer dizer que sejam as mais corretas, mas eram as mais comuns e o nosso palato e cérebro automatizado dificilmente foge da rotina. No meu caso, para o pequeno almoço, desde sempre o leite, muitas vezes quase direto da vaquinha para a mesa (pais agricultores) e o pão com manteiga ou qualquer outra coisa. Quando o cancro me fez repensar essa e outras rotinas, abdiquei do leite e agora do resto dos derivados também.
O creme Budwig, carinhosamente apelidado de Budwigzinho aqui em casa, é uma das alternativas que a Dra. Daniela me deu para o pequeno almoço. É o pequeno almoço do Método de Kousmine, que procura evidenciar o papel da alimentação no tratamento de doenças graves.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes. Identifico os ingredientes que usei no meu Budwigzinho.
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja ou outros leites vegetais
Usei 200 ml de leite de amêndoa e arroz, porque não posso consumir soja nem laticínios.
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
Usei 2 c. sopa de trigo sarraceno.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
Usei 1 c. sobremesa de óleo de primeira pressão a frio de cânhamo. Seguindo o conselho da Dra. Daniela, usei sumo de lima para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, sésamo, avelãs, pinhões.
Usei 2 c. chá de sementes de sésamo.
5. Frutas frescas da época.
Uma banana média.
Finalizei com um "cheirinho" de canela.
Posso dizer que, tirando a apreensão inicial, gostei e recomendo. Tomei o pequeno almoço às 9h, e às 13h ainda não sentia fome para almoçar. O objetivo é potenciar o sistema imunitário com um pequeno almoço com gorduras de qualidade, antioxidantes, hidratos de carbono de absorção lenta, fibras e proteínas de alto valor biológico. Evitar recidiva do bicho é o macro-objetivo e se eu não fizer por isso, ninguém o fará por mim :)
Bjinhos
Vera
Todos nós apreendemos rotinas alimentares ao longo da nossa vida. Não quer dizer que sejam as mais corretas, mas eram as mais comuns e o nosso palato e cérebro automatizado dificilmente foge da rotina. No meu caso, para o pequeno almoço, desde sempre o leite, muitas vezes quase direto da vaquinha para a mesa (pais agricultores) e o pão com manteiga ou qualquer outra coisa. Quando o cancro me fez repensar essa e outras rotinas, abdiquei do leite e agora do resto dos derivados também.
O creme Budwig, carinhosamente apelidado de Budwigzinho aqui em casa, é uma das alternativas que a Dra. Daniela me deu para o pequeno almoço. É o pequeno almoço do Método de Kousmine, que procura evidenciar o papel da alimentação no tratamento de doenças graves.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes. Identifico os ingredientes que usei no meu Budwigzinho.
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja ou outros leites vegetais
Usei 200 ml de leite de amêndoa e arroz, porque não posso consumir soja nem laticínios.
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
Usei 2 c. sopa de trigo sarraceno.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
Usei 1 c. sobremesa de óleo de primeira pressão a frio de cânhamo. Seguindo o conselho da Dra. Daniela, usei sumo de lima para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, sésamo, avelãs, pinhões.
Usei 2 c. chá de sementes de sésamo.
5. Frutas frescas da época.
Uma banana média.
Finalizei com um "cheirinho" de canela.
Posso dizer que, tirando a apreensão inicial, gostei e recomendo. Tomei o pequeno almoço às 9h, e às 13h ainda não sentia fome para almoçar. O objetivo é potenciar o sistema imunitário com um pequeno almoço com gorduras de qualidade, antioxidantes, hidratos de carbono de absorção lenta, fibras e proteínas de alto valor biológico. Evitar recidiva do bicho é o macro-objetivo e se eu não fizer por isso, ninguém o fará por mim :)
Bjinhos
Vera
1. Fonte proteica, exemplo: queijo fresco, iogurte (vaca/cabra/ovelha/soja), leite ou leite de soja
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
1. Fonte proteica, exemplo: queijo fresco, iogurte (vaca/cabra/ovelha/soja), leite ou leite de soja
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta
receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu
diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na
hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço
de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal
moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e
o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5.
Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para
emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também
está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo
de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte
proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e
o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que
pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
Regimes especiais
Nos
casos de doentes portadores de patologias crónicas debilitantes, C.
Kousmine iniciava o tratamento por um regime de intensificação de
desintoxicação como explica em La Sclérose en plaques est guérissable? :
“No início e durante 2 ou 3 dias convido os doentes a se alimentarem
exclusivamente de frutos crus e em quantidade modesta. O objectivo é
modificar o mais depressa possível a flora intestinal bacteriana e
suprimir os fenómenos de putrefacção. Isto consegue-se assim que o odor
pútrido das fezes desaparece. Depois e durante 2 ou 3 meses, convém
suprimir carnes, peixes e aves, pois é a partir dos resíduos não
digeridos destes alimentos que se produzem as substâncias tóxicas a
eliminar”
No
decorrer do processo terapêutico, o doente vai sabendo identificar
quando há necessidade de voltar por uns dias a este regime favorecedor
de desintoxicação.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta
receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu
diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na
hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço
de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal
moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e
o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5.
Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para
emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também
está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo
de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte
proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e
o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que
pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
Regimes especiais
Nos
casos de doentes portadores de patologias crónicas debilitantes, C.
Kousmine iniciava o tratamento por um regime de intensificação de
desintoxicação como explica em La Sclérose en plaques est guérissable? :
“No início e durante 2 ou 3 dias convido os doentes a se alimentarem
exclusivamente de frutos crus e em quantidade modesta. O objectivo é
modificar o mais depressa possível a flora intestinal bacteriana e
suprimir os fenómenos de putrefacção. Isto consegue-se assim que o odor
pútrido das fezes desaparece. Depois e durante 2 ou 3 meses, convém
suprimir carnes, peixes e aves, pois é a partir dos resíduos não
digeridos destes alimentos que se produzem as substâncias tóxicas a
eliminar”
No
decorrer do processo terapêutico, o doente vai sabendo identificar
quando há necessidade de voltar por uns dias a este regime favorecedor
de desintoxicação.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta
receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu
diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na
hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço
de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal
moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e
o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5.
Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para
emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também
está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo
de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte
proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e
o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que
pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta
receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu
diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na
hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço
de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal
moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e
o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5.
Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para
emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também
está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo
de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte
proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e
o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que
pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
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O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta
receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu
diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na
hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço
de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal
moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e
o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5.
Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para
emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também
está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo
de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte
proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e
o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que
pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpufquinta-feira, 23 de outubro de 2014
Saber comer
Desde que descobri o meu cancro que tenho refletido muito acerca dos hábitos alimentares. Somos, de facto, o que comemos e se conseguimos ajudar o nosso corpo a combater o bicho, ou a evitá-lo (seria bem melhor esta situação), fazê-lo torna-se quase numa obrigação.
Fui à consulta de nutrição funcional na terça-feira, muito bem acompanhada por uma pessoa que entrou recentemente na minha vida, mas de quem é muito fácil gostar e apreciar a sua companhia. O cancro tem as suas coisas positivas, cada vez mais acredito nisso. Há amigos que vão ( e não voltam, com alguma pena minha), outros que vêm e me surpreendem. No geral, consigo ter sempre alguém para me ajudar, acompanhar, beber um chá ou só falar.
Mas hoje é acerca da paparoca :)
A consulta correu muito bem. Gostei muito da postura da Dra. Daniela Seabra e do à vontade com o tema e com as minhas necessidades nutricionais neste momento. Correspondeu totalmente às minhas expectativas e trouxe um plano alimentar digno de um exército em guerra contra o inimigo.
Fisicamente tenho de perder alguma massa gorda. A relação peso/altura está boa, mas há algum excesso de 'banhoca' no corpo e a gordura não é boa para nada! Só posso deixar o pneuzinho para a injeção Zoladex :)
Confirmei hábitos já meus, obtive novas dicas e novos conselhos, desmistifiquei alguns mitos em relação à maneira como o meu organismo reage a certos alimentos. Apostar em alimentos que potenciem a acção anti-inflamatória e anti-oxidante do meu organismo para evitar a recidiva do bicho. Além de agressivo e parvo, o meu tipo de cancro também adora recidir. É uma besta, em todo o seu esplendor.
Ora pois, isso significa para mim, de um modo geral:
- 0 açúcares - grande potenciador das células tumorais, provoca inflamações no nosso organismo e picos de insulina (perigoso porque simultaneamente ocorre a segregação de uma molécula chamada IGF e que estimulam em conjunto o desenvolvimento de células cancerosas).
- 0 latícinios - alimentação à base de soja e milho transgénicos, estrogénios da vaquinha e gordura.
Os produtos lácteos com alto teor de gordura apresentam níveis elevados de estrogénio e o meu bicho era receptor desta hormona, portanto evitar alimentar o dito cujo.
- 0 soja e seus derivados - pelos fito-estrogénios da soja, na mesma lógica dos laticínios.
Foi-me recomendado aumentar a ingestão de legumes, fruta, água, reduzir consumo de carne para apenas carnes brancas, bem como introduzir certas sementes, cereais e frutos secos no meu dia-a-dia. Devo tentar comer o mais bio possível, mas nem sempre é fácil e acessível - são ainda tão caros :(
Tenho uma lista de produtos a adquirir, que provavelmente só encontrarei em lojas da especialidade. Hoje de tarde vou à procura.
Vou fazer suplementos de Ómega 3 e controlar a presença de Ómega 6 no sistema, potenciar o sistema imunitário através de um sistema digestivo mais ativo (grande percentagem do nosso sistema imunitário está no trato intestinal). Trocar manteigas e óleos por azeite. Parecia estranho barrar o pão de manhã com manteiga de azeite, ou só mesmo azeite puro, mas até que sabe bem. Experimentem!!
São coisas que eu já tinha vindo a praticar, por livre iniciativa, por isso não me causaram grande transtorno. Agora, com mais rigor, seguirei o plano traçado e daqui a 2 meses re-avaliamos. Como o charmoso cá de casa também anda "de regime", junta-se o útil ao agradável (às vezes não muito).
Bjinho
Ps. Ontem visitei a Reitoria da UA pela segunda vez, mas ainda não consegui ver toda a gente :)
Fiquei maioritariamente retida no 1º andar. Obrigada a todas pela simpatia e carinho :)
"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos."
Miguel Unamuno, 'O Segredo da Vida'
Fui à consulta de nutrição funcional na terça-feira, muito bem acompanhada por uma pessoa que entrou recentemente na minha vida, mas de quem é muito fácil gostar e apreciar a sua companhia. O cancro tem as suas coisas positivas, cada vez mais acredito nisso. Há amigos que vão ( e não voltam, com alguma pena minha), outros que vêm e me surpreendem. No geral, consigo ter sempre alguém para me ajudar, acompanhar, beber um chá ou só falar.
Mas hoje é acerca da paparoca :)
A consulta correu muito bem. Gostei muito da postura da Dra. Daniela Seabra e do à vontade com o tema e com as minhas necessidades nutricionais neste momento. Correspondeu totalmente às minhas expectativas e trouxe um plano alimentar digno de um exército em guerra contra o inimigo.
Fisicamente tenho de perder alguma massa gorda. A relação peso/altura está boa, mas há algum excesso de 'banhoca' no corpo e a gordura não é boa para nada! Só posso deixar o pneuzinho para a injeção Zoladex :)
Confirmei hábitos já meus, obtive novas dicas e novos conselhos, desmistifiquei alguns mitos em relação à maneira como o meu organismo reage a certos alimentos. Apostar em alimentos que potenciem a acção anti-inflamatória e anti-oxidante do meu organismo para evitar a recidiva do bicho. Além de agressivo e parvo, o meu tipo de cancro também adora recidir. É uma besta, em todo o seu esplendor.
Ora pois, isso significa para mim, de um modo geral:
- 0 açúcares - grande potenciador das células tumorais, provoca inflamações no nosso organismo e picos de insulina (perigoso porque simultaneamente ocorre a segregação de uma molécula chamada IGF e que estimulam em conjunto o desenvolvimento de células cancerosas).
- 0 latícinios - alimentação à base de soja e milho transgénicos, estrogénios da vaquinha e gordura.
Os produtos lácteos com alto teor de gordura apresentam níveis elevados de estrogénio e o meu bicho era receptor desta hormona, portanto evitar alimentar o dito cujo.
- 0 soja e seus derivados - pelos fito-estrogénios da soja, na mesma lógica dos laticínios.
Foi-me recomendado aumentar a ingestão de legumes, fruta, água, reduzir consumo de carne para apenas carnes brancas, bem como introduzir certas sementes, cereais e frutos secos no meu dia-a-dia. Devo tentar comer o mais bio possível, mas nem sempre é fácil e acessível - são ainda tão caros :(
Tenho uma lista de produtos a adquirir, que provavelmente só encontrarei em lojas da especialidade. Hoje de tarde vou à procura.
Vou fazer suplementos de Ómega 3 e controlar a presença de Ómega 6 no sistema, potenciar o sistema imunitário através de um sistema digestivo mais ativo (grande percentagem do nosso sistema imunitário está no trato intestinal). Trocar manteigas e óleos por azeite. Parecia estranho barrar o pão de manhã com manteiga de azeite, ou só mesmo azeite puro, mas até que sabe bem. Experimentem!!
São coisas que eu já tinha vindo a praticar, por livre iniciativa, por isso não me causaram grande transtorno. Agora, com mais rigor, seguirei o plano traçado e daqui a 2 meses re-avaliamos. Como o charmoso cá de casa também anda "de regime", junta-se o útil ao agradável (às vezes não muito).
Bjinho
Ps. Ontem visitei a Reitoria da UA pela segunda vez, mas ainda não consegui ver toda a gente :)
Fiquei maioritariamente retida no 1º andar. Obrigada a todas pela simpatia e carinho :)
"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos."
Miguel Unamuno, 'O Segredo da Vida'
quinta-feira, 16 de outubro de 2014
Dia da Alimentação
Hoje é o Dia da Alimentação. Fala-se muito, mas age-se pouco, como em tudo na vida. Quando estamos a recuperar de um cancro, ou como eu digo, a gerir a doença, vemos na alimentação um poderoso aliado.
Tenho estado cada vez mais atenta e na próxima semana irei, finalmente, a uma consulta de nutrição funcional, no Porto. É uma abordagem personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procuram-se as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes.
Tenho tentado fazer isto, mas apenas com base na minha pesquisa caseira, nos livros e internet. Para melhor saber filtrar e interpretar, vou consultar uma especialista, que trabalha num centro de medicina integrativa.
Foi o meu chefe que, ao conhecer a médica responsável por este centro, me recomendou lá ir. A partir daqui, esperei pela melhor altura para poder ir à consulta. Tive de responder a um questionário de 12 páginas acerca de mim, dos meus hábitos alimentares, estilo de vida, antecedentes familiares, etc.
Creio que vai ser muito útil e vai compensar o esforço.
Vão-se os anéis, ficam os dedos, e eu também, já agora.
Bjinho
Tenho estado cada vez mais atenta e na próxima semana irei, finalmente, a uma consulta de nutrição funcional, no Porto. É uma abordagem personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procuram-se as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes.
Tenho tentado fazer isto, mas apenas com base na minha pesquisa caseira, nos livros e internet. Para melhor saber filtrar e interpretar, vou consultar uma especialista, que trabalha num centro de medicina integrativa.
Foi o meu chefe que, ao conhecer a médica responsável por este centro, me recomendou lá ir. A partir daqui, esperei pela melhor altura para poder ir à consulta. Tive de responder a um questionário de 12 páginas acerca de mim, dos meus hábitos alimentares, estilo de vida, antecedentes familiares, etc.
Creio que vai ser muito útil e vai compensar o esforço.
Vão-se os anéis, ficam os dedos, e eu também, já agora.
Bjinho
Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional
deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe
sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como
ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos
se necessário) - See more at:
http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/nutricao-funcional-muito-mais-do-que-contar-calorias/#sthash.fnGcuKAq.dpuf
Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional
deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe
sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como
ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos
se necessário) - See more at:
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Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional
deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe
sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como
ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos
se necessário) - See more at:
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sexta-feira, 10 de outubro de 2014
'Aceita e sorri'
Aceitar. Sorrir.
Este livro foi-me oferecido na semana passada pela minha "fada dos livros" :)
Curiosamente tinha-o encomendado nessa mesma manhã, por isso vou devolver um deles à fada, porque ela também precisa de exemplos de força e coragem nesta fase da vida.
Senti curiosidade de ler a história desta princesinha, apesar de infelizmente ela já ter partido. A coragem desta mãe é qualquer coisa do outro mundo, sem palavras mesmo.
Aceitar um diagnóstico deste calibre é dose. É dose para um adulto que o recebe, deve ser horrível para uma mãe de uma criança de 4 anos. Espero sinceramente que a mãe Vanessa consiga sentir nela todo o amor da sua filha Leonor e o perpetue ao ajudar outras crianças. Só assim se justificará tanto sofrimento, impossível de imaginar sequer.
Se puderem, comprem o livro. São mais ou menos 13€. É uma das maneiras de ajudar a mãe Vanessa a ajudar outras crianças e famílias na mesma situação. Vejam mais informação no Facebook
Em pequenos gestos tornamo-nos mais humanos e mais felizes.
Vera
Este livro foi-me oferecido na semana passada pela minha "fada dos livros" :)
Curiosamente tinha-o encomendado nessa mesma manhã, por isso vou devolver um deles à fada, porque ela também precisa de exemplos de força e coragem nesta fase da vida.
Senti curiosidade de ler a história desta princesinha, apesar de infelizmente ela já ter partido. A coragem desta mãe é qualquer coisa do outro mundo, sem palavras mesmo.
Aceitar um diagnóstico deste calibre é dose. É dose para um adulto que o recebe, deve ser horrível para uma mãe de uma criança de 4 anos. Espero sinceramente que a mãe Vanessa consiga sentir nela todo o amor da sua filha Leonor e o perpetue ao ajudar outras crianças. Só assim se justificará tanto sofrimento, impossível de imaginar sequer.
Se puderem, comprem o livro. São mais ou menos 13€. É uma das maneiras de ajudar a mãe Vanessa a ajudar outras crianças e famílias na mesma situação. Vejam mais informação no Facebook
Em pequenos gestos tornamo-nos mais humanos e mais felizes.
Vera
quarta-feira, 8 de outubro de 2014
Picas...
Semana de picas!
Basicamente, ontem espetaram-me no peito (cateter) e hoje na barriga e no braço! Acho que as agulhas devem gostar de mim!
Acabei de regressar do centro de saúde. Mais uma Zoladex na barriga. Continuo a não gostar da agulha monstruosa (chega a sangrar), mas acho melhor me habituar, porque terei de apanhar esta injeção por 2 anos. E depois desta, veio a vacina da gripe. Peanuts...quando se comparam as agulhas!
Ontem estive com o meu querido oncologista e enfermeira para mais um anticorpo e foi o Dr. Leal da Silva que recomendou tomar a vacina da gripe, pois o organismo está debilitado e não convém pô-lo à prova com gripe ou algo do género! Também mudámos ontem a medicação oral. Vou deixar o tamoxifeno e iniciar a Aromazin, para a qual ainda não há genérico:(((
Já tinha conversado com o médico acerca desta mudança e de facto começamos hoje a nova combinação de drogas (aromazin + zoladex), que tem tido resultados mais eficazes do que a atual (tamoxifeno + zoladex) e é claro que eu também já tinha pesquisado acerca dessa combinação e dos potenciais efeitos secundários (é melhor ignorar esta parte!).
Como sempre, foi de uma simpatia e atenção comigo que reforça toda a minha convição de que é ele que me vai curar, o meu anjo da guarda. Ontem, no meio da conversa acerca de recidivas, ele disse-me, em tom de brincadeira, para eu me cuidar bem e que não queria que eu lhe estragasse a taxa de sucesso. Assim o espero, Dr. Leal :)
Muita gente me tem questionado acerca do meu regresso ao trabalho.
Acaba por ser um marco de regresso à normalidade, mas ainda não sei quando será. O sistema imunitário está ainda debilitado, a força física e anímica vai-se fortalecendo, mas a espada ainda está muito perto do pescoço. Iniciei recentemente exercício físico, 3 a 4 x por semana para tirar as teias de aranha das articulações e dos músculos. Ainda só consigo caminhar, mas devagar, devagarinho, o caracol chega onde quer.
Na semana passada voltei à Reitoria da Universidade de Aveiro. Revi colegas e amigos e soube muito bem estar ali rodeada de pessoas que se preocuparam comigo. Os sorrisos e as caras das pessoas são muito transparentes, para o bem e para o mal.
Não consegui ver toda a gente que queria, nem dar atenção a todos da melhor maneira, mas haverá uma próxima em breve. Obrigada pelo carinho :)
Bjinho
Vera
Basicamente, ontem espetaram-me no peito (cateter) e hoje na barriga e no braço! Acho que as agulhas devem gostar de mim!
Acabei de regressar do centro de saúde. Mais uma Zoladex na barriga. Continuo a não gostar da agulha monstruosa (chega a sangrar), mas acho melhor me habituar, porque terei de apanhar esta injeção por 2 anos. E depois desta, veio a vacina da gripe. Peanuts...quando se comparam as agulhas!
Ontem estive com o meu querido oncologista e enfermeira para mais um anticorpo e foi o Dr. Leal da Silva que recomendou tomar a vacina da gripe, pois o organismo está debilitado e não convém pô-lo à prova com gripe ou algo do género! Também mudámos ontem a medicação oral. Vou deixar o tamoxifeno e iniciar a Aromazin, para a qual ainda não há genérico:(((
Já tinha conversado com o médico acerca desta mudança e de facto começamos hoje a nova combinação de drogas (aromazin + zoladex), que tem tido resultados mais eficazes do que a atual (tamoxifeno + zoladex) e é claro que eu também já tinha pesquisado acerca dessa combinação e dos potenciais efeitos secundários (é melhor ignorar esta parte!).
Como sempre, foi de uma simpatia e atenção comigo que reforça toda a minha convição de que é ele que me vai curar, o meu anjo da guarda. Ontem, no meio da conversa acerca de recidivas, ele disse-me, em tom de brincadeira, para eu me cuidar bem e que não queria que eu lhe estragasse a taxa de sucesso. Assim o espero, Dr. Leal :)
Muita gente me tem questionado acerca do meu regresso ao trabalho.
Acaba por ser um marco de regresso à normalidade, mas ainda não sei quando será. O sistema imunitário está ainda debilitado, a força física e anímica vai-se fortalecendo, mas a espada ainda está muito perto do pescoço. Iniciei recentemente exercício físico, 3 a 4 x por semana para tirar as teias de aranha das articulações e dos músculos. Ainda só consigo caminhar, mas devagar, devagarinho, o caracol chega onde quer.
Na semana passada voltei à Reitoria da Universidade de Aveiro. Revi colegas e amigos e soube muito bem estar ali rodeada de pessoas que se preocuparam comigo. Os sorrisos e as caras das pessoas são muito transparentes, para o bem e para o mal.
Não consegui ver toda a gente que queria, nem dar atenção a todos da melhor maneira, mas haverá uma próxima em breve. Obrigada pelo carinho :)
Bjinho
Vera
segunda-feira, 6 de outubro de 2014
A sra. curcumina
É verdade, depois de tanta droga, finalmente o paladar e o olfato estão a voltar, bem como a vontade de variar e inventar na cozinha. Cá em casa hoje o jantar foi sopinha (obligatoire, como diria o meu amigo Sandro) e frango de caril e gengibre, acompanhado por bróculos cozidos ao vapor.
Hoje destacarei então o pózinho amarelo, conforme prometido. É mais uma introdução recente na nossa dieta alimentar cá de casa.
O"pó-de-caril" é feito, por norma, de pó de açafrão-da-terra, cardamomo, coentro, gengibre, cominho, casca de noz-moscada, cravinho, pimenta e canela. Mas, de entre todas as especiarias, é no açafrão que se encontra a curcumina, que me interessa em particular. É usada há séculos na medicina popular e começam agora a ser reconhecidas as suas capacidades na redução de inflamações e na desintegração das células cancerígenas (estudos do British Journal of Cancer).
É verdade...continuo a ler demais. Mas, prefiro travar uma guerra informada e tentar, via alimentação, auxiliar o meu organismo a defender-se contra o bicho.
Bjinho
Ps. Amanhã há mais uma sessão de imunoterapia. Uma bela manhã no Hospital da Arrábida, com hemograma, limpeza de cateter, anti-corpo e simpatia por parte de todos. Little brother será o "chauffeur".
Hoje destacarei então o pózinho amarelo, conforme prometido. É mais uma introdução recente na nossa dieta alimentar cá de casa.
O"pó-de-caril" é feito, por norma, de pó de açafrão-da-terra, cardamomo, coentro, gengibre, cominho, casca de noz-moscada, cravinho, pimenta e canela. Mas, de entre todas as especiarias, é no açafrão que se encontra a curcumina, que me interessa em particular. É usada há séculos na medicina popular e começam agora a ser reconhecidas as suas capacidades na redução de inflamações e na desintegração das células cancerígenas (estudos do British Journal of Cancer).
É verdade...continuo a ler demais. Mas, prefiro travar uma guerra informada e tentar, via alimentação, auxiliar o meu organismo a defender-se contra o bicho.
Bjinho
Ps. Amanhã há mais uma sessão de imunoterapia. Uma bela manhã no Hospital da Arrábida, com hemograma, limpeza de cateter, anti-corpo e simpatia por parte de todos. Little brother será o "chauffeur".
quinta-feira, 2 de outubro de 2014
Outubro rosa
Neste mês em que tanto se ouve falar de cancro, passei hoje umas belas horas na companhia de uma outra guerreira. Uma lutadora que conheci por causa da doença, mas que vai ficar na minha vida por melhores motivos. A doença foi só uma maneira de nos apresentarmos. Força nessa cabeleira incipiente!!
A causa de tanta agitação neste mês rosa é nobre. Prevenir o cancro de mama, apelar à vigilância apertada nas mulheres com fatores de risco, e nas outras também, porque muitas vezes quando se faz o diagnóstico, pode já ser tarde.
O meu caso foi um desses em que nada fazia prever o diagnóstico. Eu não me revia na maioria dos factores de risco e mesmo assim aconteceu para surpresa de todos.
Analisando os fatores e a minha situação em concreto:
Como dá para ver, isto não acontece só aos outros. É mesmo importante analisarmos o nosso corpo, entender os sinais que ele nos dá. Nem sempre um cancro de mama se traduz num nódulo, ou em algo palpável. É preciso estar alerta para outros sintomas.
No meu caso, o cancro inflamatório assemelha-se a uma mastite, como as que podemos ter quando amamentamos. Não formou nódulos, não havia nada que se pudesse tirar e dizer "Está aqui o cancro".
Era tudo cancro ali naquela mama :(
É uma frase feita, mas tem de ser repetida. Façam o auto-exame em casa e façam exames regularmente. Não deixem para amanhã. A nossa saúde deve estar sempre em primeiro lugar, porque acreditem, não desejo isto a ninguém.
Beijinho,
Vera
A causa de tanta agitação neste mês rosa é nobre. Prevenir o cancro de mama, apelar à vigilância apertada nas mulheres com fatores de risco, e nas outras também, porque muitas vezes quando se faz o diagnóstico, pode já ser tarde.
O meu caso foi um desses em que nada fazia prever o diagnóstico. Eu não me revia na maioria dos factores de risco e mesmo assim aconteceu para surpresa de todos.
Analisando os fatores e a minha situação em concreto:
-
Idade: a possibilidade de ter cancro da mama
aumenta com o aumento da idade.
Eu tinha 33 no momento de diagnóstico.
-
História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter a doença na outra mama.
Nops...
-
História familiar: o risco de uma mulher ter
cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da
mama.
Apenas uma tia do meu pai teve e já não era jovem. Ainda cá está para contar a história dela.
-
Algumas alterações da mama: algumas mulheres
apresentam células mamárias que parecem anormais.
Fazia ecografias mamárias de 6 em 6 meses. Sempre tudo normal.
-
Alterações genéticas: alterações em certos genes
(BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama.
Fiz esta análise já durante o tratamento e deu negativo felizmente.
-
Primeira gravidez depois dos 31 anos.
Nops...antes dos 30 e amamentei a Rita durante +- 1 ano.
-
História menstrual: mulheres que tiveram a
primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), ou
uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram
filhos.
Fui normal neste aspeto, pelo menos na parte da primeira menstruação. A menopausa não deve ser tardia :(
-
Terapêutica hormonal de substituição: mulheres
que tomam terapêutica hormonal para a menopausa, durante 5 ou mais anos após a menopausa.
Ainda não lá tinha chegado, mas agora já faço hormonoterapia.
-
Raça: o cancro da mama ocorre com maior
frequência em mulheres Caucasianas (brancas), comparativamente a
mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
Yep...I'm white.
-
Radioterapia na região peitoral: mulheres que
tenham feito radioterapia na região peitoral, incluindo as mamas, antes
dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama.
Fiz agora, mas para combater o bicho.
-
Densidade da mama: mulheres com idade mais
avançada que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa
mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.
Sempre tive o tecido mamário muito denso, daí as ecografias periódicas que o meu ginecologista sempre me aconselhou.
-
Obesidade depois da menopausa: mulheres obesas,
após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da
mama.
Mais uma vez, ainda não tinha chegado lá, nem me deram a oportunidade de engordar :)
-
Inactividade física: mulheres que são
fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco
aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a
diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da
obesidade.
É estúpido, mas eu e o meu charmoso tínhamos entrado para o ginásio poucos meses antes do diagnóstico. Não considero, no entanto, que estivesse fisicamente inativa, até porque com uma pestinha de 3 anos, seria difícil ser inativa cá em casa!
-
Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.
A minha boa disposição (quase sempre) não depende do álcool. Beber um copo de vinho ou uma cerveja de vez em quando chega-me.
Como dá para ver, isto não acontece só aos outros. É mesmo importante analisarmos o nosso corpo, entender os sinais que ele nos dá. Nem sempre um cancro de mama se traduz num nódulo, ou em algo palpável. É preciso estar alerta para outros sintomas.
No meu caso, o cancro inflamatório assemelha-se a uma mastite, como as que podemos ter quando amamentamos. Não formou nódulos, não havia nada que se pudesse tirar e dizer "Está aqui o cancro".
Era tudo cancro ali naquela mama :(
É uma frase feita, mas tem de ser repetida. Façam o auto-exame em casa e façam exames regularmente. Não deixem para amanhã. A nossa saúde deve estar sempre em primeiro lugar, porque acreditem, não desejo isto a ninguém.
Beijinho,
Vera
sexta-feira, 26 de setembro de 2014
Comidinha
Não se pode dizer que eu tivesse uma alimentação má antes do cancro, mas com certeza estou muito mais atenta agora ao que ingiro. Como diria o outro (Hipócrates), "que o teu remédio seja o teu alimento, e que teu alimento seja o teu remédio" e é isso que tenho tentado fazer ultimamente.
Lamento ser "preguiçosa", porque podia partilhar muito mais convosco, mas ora me esqueço de fotografar, ora me esqueço de partilhar. Muitas vezes, apenas me fico pelo prazer de saborear, se bem que há coisas que não dão assim muito prazer a comer.
Esta semana publiquei 2 fotos no meu Facebook, um almoço e um lanche e depressa me questionaram o que mais comia eu. Estará na altura de deixar de ser preguiçosa e voltar a estar mais ativa no meu blog?
O almoço: filete de cavala em azeite, com brócolos, cenoura, batata-doce, ovo e algas cozidas, com um fio de azeite e dois dentes de alho.
Destaco daqui:
A cavala: rica em omega-3 e omega-6. Contém vitaminas A, B6, B12, C, D, E e minerais. Estes incluem cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, sódio e selênio. Este peixe também contém proteínas e antioxidantes Coenzima Q10 (esta é particularmente útil para ajudar a eliminar agentes cancerígenos).
Estas comprei no Continente, em conserva de azeite. São baratinhas e muito saborosas.
Os brócolos: é considerado um alimento anti-cancerígeno, rico em vitaminas B2, B3, B5 e C, betacaroteno, ferro e magnésio.
As algas: ajudam a restabelecer as reservas de ferro e são óptimas fontes dos principais minerais (o ferro, o potássio, o cálcio, o cobre, o magnésio e o zinco).Podem atuar contra a mutação de certas células cancerígenas. Compram-se secas em qualquer supermercado, é só demolhar e cozinhar.
O alho: tirando o hálito que pode provocar, é uma espécie de multi-maravilhas. a nível de doenças cardiovasculares. Tem também uma ação anti-cancerígena, estimula o sistema imunitário e inibe a formação de compostos cancerígenos formados durante a digestão.
Acho que podemos perdoar o inconveniente do mau hálito, certo?
Estando maioritariamente por casa, é fácil poder variar nos lanches. Na minha dieta atual, abdiquei quase totalmente dos laticínios (animais, hormonas, cancro de mama), apenas como iogurtes de vez em quando e queijo ocasionalmente. E iogurtes magros...de todas as fontes que consultei, aconselham a usar as versões magras, porque a absorção da gordura facilita a absorção de outras coisas menos boas no leite.
O lanche: iogurte e morangos da minha horta, com sementes de centeio, de cânhamo e linhaça, terminando com lascas de côco.
Daqui destaco:
Os morangos: diretamente dos morangueiros da horta para a taça, sem uso de fertilizantes ou pesticidas. Alguns trazem "carne", mas se os bichinhos gostam deles, eu também gosto. Têm propriedades bactericidas e desinfetantes e uma ação anticoagulante e anti-inflamatória (lembram-se do meu tipo de cancro??)
As sementes de cânhamo: entre outros benefícios, dão suporte ao sistema imunitário, auxiliam a recuperação rápida de doenças e de lesões, baixam o colesterol e pressão sanguínea, reduzem as inflamações, melhoram a circulação e apoiam a regulação dos níveis de açúcar no sangue. E não, são só sementes semi-descascadas...não dá para outros fins!
A linhaça: entre outras propriedades, destaco que alguns estudos evidenciam a ação antitumoral da linhaça.Neste caso, juntei ao iogurte uma colher de sopa de linhaça moída, que é suficiente para a quantidade do ácido alfalinolênico que precisamos diariamente.
Sem quaisquer demagogias, esta tem sido a minha lógica de alimentação. Não levo nada aos extremos, tenho as minhas "escapadinhas" de vez em quando. Só evito as escapadinhas no que concerne aos açucares refinados. Esses sim, considerados um poderoso aliado das células tumorais.E eu não quero ajudar essas desreguladas. Tenho é de ajudar o sistema imunitário a se restabelecer e a arranjar armas para as combater eficazmente.
Estou a escrever acerca da minha alimentação numa lógica de "oversimplification", por isso perdoem-me os químicos, nutricionistas e os mais entendidos nestas coisas :)
Bjinho e obrigada por acompanharem.
Lamento ser "preguiçosa", porque podia partilhar muito mais convosco, mas ora me esqueço de fotografar, ora me esqueço de partilhar. Muitas vezes, apenas me fico pelo prazer de saborear, se bem que há coisas que não dão assim muito prazer a comer.
Esta semana publiquei 2 fotos no meu Facebook, um almoço e um lanche e depressa me questionaram o que mais comia eu. Estará na altura de deixar de ser preguiçosa e voltar a estar mais ativa no meu blog?
O almoço: filete de cavala em azeite, com brócolos, cenoura, batata-doce, ovo e algas cozidas, com um fio de azeite e dois dentes de alho.
Destaco daqui:
A cavala: rica em omega-3 e omega-6. Contém vitaminas A, B6, B12, C, D, E e minerais. Estes incluem cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, sódio e selênio. Este peixe também contém proteínas e antioxidantes Coenzima Q10 (esta é particularmente útil para ajudar a eliminar agentes cancerígenos).
Estas comprei no Continente, em conserva de azeite. São baratinhas e muito saborosas.
Os brócolos: é considerado um alimento anti-cancerígeno, rico em vitaminas B2, B3, B5 e C, betacaroteno, ferro e magnésio.
As algas: ajudam a restabelecer as reservas de ferro e são óptimas fontes dos principais minerais (o ferro, o potássio, o cálcio, o cobre, o magnésio e o zinco).Podem atuar contra a mutação de certas células cancerígenas. Compram-se secas em qualquer supermercado, é só demolhar e cozinhar.
O alho: tirando o hálito que pode provocar, é uma espécie de multi-maravilhas. a nível de doenças cardiovasculares. Tem também uma ação anti-cancerígena, estimula o sistema imunitário e inibe a formação de compostos cancerígenos formados durante a digestão.
Acho que podemos perdoar o inconveniente do mau hálito, certo?
Estando maioritariamente por casa, é fácil poder variar nos lanches. Na minha dieta atual, abdiquei quase totalmente dos laticínios (animais, hormonas, cancro de mama), apenas como iogurtes de vez em quando e queijo ocasionalmente. E iogurtes magros...de todas as fontes que consultei, aconselham a usar as versões magras, porque a absorção da gordura facilita a absorção de outras coisas menos boas no leite.
O lanche: iogurte e morangos da minha horta, com sementes de centeio, de cânhamo e linhaça, terminando com lascas de côco.
Daqui destaco:
Os morangos: diretamente dos morangueiros da horta para a taça, sem uso de fertilizantes ou pesticidas. Alguns trazem "carne", mas se os bichinhos gostam deles, eu também gosto. Têm propriedades bactericidas e desinfetantes e uma ação anticoagulante e anti-inflamatória (lembram-se do meu tipo de cancro??)
As sementes de cânhamo: entre outros benefícios, dão suporte ao sistema imunitário, auxiliam a recuperação rápida de doenças e de lesões, baixam o colesterol e pressão sanguínea, reduzem as inflamações, melhoram a circulação e apoiam a regulação dos níveis de açúcar no sangue. E não, são só sementes semi-descascadas...não dá para outros fins!
A linhaça: entre outras propriedades, destaco que alguns estudos evidenciam a ação antitumoral da linhaça.Neste caso, juntei ao iogurte uma colher de sopa de linhaça moída, que é suficiente para a quantidade do ácido alfalinolênico que precisamos diariamente.
Sem quaisquer demagogias, esta tem sido a minha lógica de alimentação. Não levo nada aos extremos, tenho as minhas "escapadinhas" de vez em quando. Só evito as escapadinhas no que concerne aos açucares refinados. Esses sim, considerados um poderoso aliado das células tumorais.E eu não quero ajudar essas desreguladas. Tenho é de ajudar o sistema imunitário a se restabelecer e a arranjar armas para as combater eficazmente.
Estou a escrever acerca da minha alimentação numa lógica de "oversimplification", por isso perdoem-me os químicos, nutricionistas e os mais entendidos nestas coisas :)
Bjinho e obrigada por acompanharem.
segunda-feira, 22 de setembro de 2014
O coração :)
Calma, o meu coração está bom, confirmado pelo cardiologista na passada quinta-feira.
Desde que disse que ia fazer os exames, não mais voltei cá para dar notícias. Sorry, o entusiasmo e um fim de semana agitado foram os responsáveis.
O resto dos exames também não detectaram nada de anormal, ainda que sejam somente ecografias (a minha descrença nas ecos é minimamente fundamentada). O valor tumoral mantém-se baixinho e saí mais descansada do Hospital na quinta-feira. Ainda não bem, bem descansada, porque isso também acho que nunca mais ficarei.
Mas num outro post aprofundarei isso. Hoje quero-vos falar do coração. Não do meu, mas deste que segue na imagem. Pois bem, ela casou, teve um dia lindo e correu tudo muito bem, com família e amigos a adorar fazer parte deste dia na vida dela. Mas mesmo com toda a agitação do casamento, ela não se esqueceu de mim e de todas as mulheres que sofrem com cancro de mama.
Ao lado do bolo da noiva, deliciosamente decorado com os legos, um coração de pequenos laços cor-de-rosa.
Simplesmente, obrigada.
Bjinho
Desde que disse que ia fazer os exames, não mais voltei cá para dar notícias. Sorry, o entusiasmo e um fim de semana agitado foram os responsáveis.
O resto dos exames também não detectaram nada de anormal, ainda que sejam somente ecografias (a minha descrença nas ecos é minimamente fundamentada). O valor tumoral mantém-se baixinho e saí mais descansada do Hospital na quinta-feira. Ainda não bem, bem descansada, porque isso também acho que nunca mais ficarei.
Mas num outro post aprofundarei isso. Hoje quero-vos falar do coração. Não do meu, mas deste que segue na imagem. Pois bem, ela casou, teve um dia lindo e correu tudo muito bem, com família e amigos a adorar fazer parte deste dia na vida dela. Mas mesmo com toda a agitação do casamento, ela não se esqueceu de mim e de todas as mulheres que sofrem com cancro de mama.
Ao lado do bolo da noiva, deliciosamente decorado com os legos, um coração de pequenos laços cor-de-rosa.
Simplesmente, obrigada.
Bjinho
quarta-feira, 17 de setembro de 2014
Atualização
Ontem foi dia de tratamento e consulta com o meu oncologista e dermatologista. O little brother acompanhou-me nesta viagem e, cá entre nós, acho que também ficou fã do Dr. Leal da Silva e da minha querida enfermeira Maria José.
O tratamento correu bem, o dermatologista disse que agora é só tratar a pele "danificada" com creme hidratante e, o melhor dos melhores, o meu oncologista acha que eu estou com um ótimo aspeto. Acha, no entanto, que o "sistema" ainda não está pronto para um regresso total à normalidade. Preciso de recuperar forças, sistema imunitário, capacidade de concentração e a memória...pareço a Dori (a do Nemo).
Fiz análises ao sangue, por um lado para poder fazer o tratamento, por outro para avaliarmos o marcador tumoral (CA 15.3). Esta análise ao marcador não deve ser usada para rastreio ou diagnóstico do cancro da mama, mas sim para monitorização do tratamento e detecção de recidiva.O meu CA 15.3 era elevadíssmo quando cheguei ao Arrábida. Os últimos valores do marcador eram bons. Espero que esteja igual ou próximo. Podem ir variando claro, como por exemplo o indíce de glicose no sangue, mas há uma margem de segurança que eu VOU respeitar.
Devagar, devagarinho chegaremos lá.
Quanto ao bicho, como as aparências podem desiludir e o cuidado tem de ser redobrado quando se lida com cancros, vamos fazer um check-up básico para já. Ainda é cedo (=pouco recomendado) para fazer exames com radiação, por isso amanhã vou passar o dia no Arrábida a fazer ecografias a inúmeras partes e a fazer uma limpeza às dentuças. Andei este tempo todo sem poder ir ao dentista. Se tive carta verde para ir de "férias", também já tenho para ir ao dentista :)
Obrigada a quem me acompanha e um obrigada especial pelo carinho a quem esteve comigo na segunda à tarde, numa mesa do Continente (haverá sítios mais agradáveis...). Gosto sempre muito de estar convosco. É um prazer conhecer-vos e ver a vossa família a crescer.
Bjinho
PS1 - Looking great or what?
Que beleza de cabelinho à escovinha:)
PS2 - Fui chamada a uma junta médica, a minha segunda :)
Depois de chegar do Porto, dei ares da minha graça na junta médica e "passei".
É uma formalidade tão inútil, como a de os doentes oncológicos terem de renovar a baixa TODOS os meses no centro de saúde. E no meu caso, como ex-bolseira, o esforço ainda me parece maior, pela recompensa que "oferecem".
O tratamento correu bem, o dermatologista disse que agora é só tratar a pele "danificada" com creme hidratante e, o melhor dos melhores, o meu oncologista acha que eu estou com um ótimo aspeto. Acha, no entanto, que o "sistema" ainda não está pronto para um regresso total à normalidade. Preciso de recuperar forças, sistema imunitário, capacidade de concentração e a memória...pareço a Dori (a do Nemo).
Fiz análises ao sangue, por um lado para poder fazer o tratamento, por outro para avaliarmos o marcador tumoral (CA 15.3). Esta análise ao marcador não deve ser usada para rastreio ou diagnóstico do cancro da mama, mas sim para monitorização do tratamento e detecção de recidiva.O meu CA 15.3 era elevadíssmo quando cheguei ao Arrábida. Os últimos valores do marcador eram bons. Espero que esteja igual ou próximo. Podem ir variando claro, como por exemplo o indíce de glicose no sangue, mas há uma margem de segurança que eu VOU respeitar.
Devagar, devagarinho chegaremos lá.
Quanto ao bicho, como as aparências podem desiludir e o cuidado tem de ser redobrado quando se lida com cancros, vamos fazer um check-up básico para já. Ainda é cedo (=pouco recomendado) para fazer exames com radiação, por isso amanhã vou passar o dia no Arrábida a fazer ecografias a inúmeras partes e a fazer uma limpeza às dentuças. Andei este tempo todo sem poder ir ao dentista. Se tive carta verde para ir de "férias", também já tenho para ir ao dentista :)
Obrigada a quem me acompanha e um obrigada especial pelo carinho a quem esteve comigo na segunda à tarde, numa mesa do Continente (haverá sítios mais agradáveis...). Gosto sempre muito de estar convosco. É um prazer conhecer-vos e ver a vossa família a crescer.
Bjinho
PS1 - Looking great or what?
Que beleza de cabelinho à escovinha:)
PS2 - Fui chamada a uma junta médica, a minha segunda :)
Depois de chegar do Porto, dei ares da minha graça na junta médica e "passei".
É uma formalidade tão inútil, como a de os doentes oncológicos terem de renovar a baixa TODOS os meses no centro de saúde. E no meu caso, como ex-bolseira, o esforço ainda me parece maior, pela recompensa que "oferecem".
segunda-feira, 15 de setembro de 2014
Livros e livrinhos
Comprei hoje mais um livro acerca do cancro, neste caso mais especificamente sobre nutrição e cancro (mais livros, diz o Nuno...). De facto, aquilo que comemos pode influenciar o destino de uma célula aparvalhada que decida sobreviver no nosso organismo.
Com acesso a cada vez mais e melhor informação, cabe-nos a nós atuar e modificar pequenos hábitos. Ingiram menos açucar, menos comidas processadas, menos aditivos e conservantes. Tudo isso altera o nosso equilíbrio, provoca um "desgoverno" interno...e para desgoverno já nos basta o nosso país :)
Tenho andado bem, depois da floculite. Ter saído de casa uns dias com a famelga fez-me bem à cabeça. Há dias em que tudo nos faz lembrar cancro. Parece que a própria casa transpira cancro, por isso fez-nos bem sair, estar uns dias fora e eles aproveitaram bem a piscina e praia quentinha (sem o nosso vento).
A viagem fez-se por fases, porque fico muito cansada, mas nada que uma paragem na capital não tenha ajudado a tolerar. Aproveitei para ler muito. Finalmente peguei nos livros que a minha vizinha simpaticamente me trouxe para variar o estilo e os autores. Para já, Fernanda, o teu gosto literário está aprovado :)
Amanhã há novo tratamento de imunoterapia durante a manhã e à tarde consulta de dermatologia para ver a pele. Estou meia "sarapintada" com as manchas que as borbulhas deixaram, mas nada de muito feio ou melhor, nada que me consiga desviar da trajetória.
O que me poderá hoje tirar o sono?
Saber que amanhã terei "aquela" conversa com o meu querido oncologista acerca da avaliação do estado atual e plano de seguimento, bem como acerca do regresso à suposta normalidade.
Wish me luck :)
Bjinho
PS. No sábado libertei muitas hormonas felizes num certo evento. Como é bom ver os nossos amigos felizes :)
Com acesso a cada vez mais e melhor informação, cabe-nos a nós atuar e modificar pequenos hábitos. Ingiram menos açucar, menos comidas processadas, menos aditivos e conservantes. Tudo isso altera o nosso equilíbrio, provoca um "desgoverno" interno...e para desgoverno já nos basta o nosso país :)
Tenho andado bem, depois da floculite. Ter saído de casa uns dias com a famelga fez-me bem à cabeça. Há dias em que tudo nos faz lembrar cancro. Parece que a própria casa transpira cancro, por isso fez-nos bem sair, estar uns dias fora e eles aproveitaram bem a piscina e praia quentinha (sem o nosso vento).
A viagem fez-se por fases, porque fico muito cansada, mas nada que uma paragem na capital não tenha ajudado a tolerar. Aproveitei para ler muito. Finalmente peguei nos livros que a minha vizinha simpaticamente me trouxe para variar o estilo e os autores. Para já, Fernanda, o teu gosto literário está aprovado :)
Amanhã há novo tratamento de imunoterapia durante a manhã e à tarde consulta de dermatologia para ver a pele. Estou meia "sarapintada" com as manchas que as borbulhas deixaram, mas nada de muito feio ou melhor, nada que me consiga desviar da trajetória.
O que me poderá hoje tirar o sono?
Saber que amanhã terei "aquela" conversa com o meu querido oncologista acerca da avaliação do estado atual e plano de seguimento, bem como acerca do regresso à suposta normalidade.
Wish me luck :)
Bjinho
PS. No sábado libertei muitas hormonas felizes num certo evento. Como é bom ver os nossos amigos felizes :)
sexta-feira, 5 de setembro de 2014
Pica
Daqui a umas horas, mais uma pica, a minha segunda Zoladex e desta vez com menos apreensão, da minha parte e das enfermeiras. Ao que parece, é raro administrarem este tipo de coisas aqui no centro de saúde. Ainda bem que assim o é, pois é sinal que o SNS funciona para a maioria das pessoas com cancro e estas coisas são administradas nos IPO's e afins.
Há um mês atrás, eram 3 as enfermeiras à minha espera para administrar a dita cuja. Supostamente poderia ser preciso segurarem-me...ou pela mera curiosidade de verem a novidade. Depois de tudo o que já passei, não seria uma mísera agulha a assustar-me, pensei eu. Quando vi a agulha, quase me arrependi de ter dito que não era preciso agarrar-me...ehehehehe
É uma "senhora seringa" para injeção subcutânea abdominal (meninas, guardar sempre um pneuzinho na barriga, pode dar jeito um dia) previamente carregada com um implante, que vai libertando o acetato de gosserrelina por um período de 30 dias.
Como ainda sou uma jovem, o meu sistema hormonal ainda é uma ameaça. Como tal, este medicamento vai ajudar-me a controlar especificamente algumas hormonas, a impedir que o bicho se alimente, uma vez que ele era hormono-receptor.
De resto, a minha foliculite está a melhorar e não recomendo a ninguém!
Bjinho
Há um mês atrás, eram 3 as enfermeiras à minha espera para administrar a dita cuja. Supostamente poderia ser preciso segurarem-me...ou pela mera curiosidade de verem a novidade. Depois de tudo o que já passei, não seria uma mísera agulha a assustar-me, pensei eu. Quando vi a agulha, quase me arrependi de ter dito que não era preciso agarrar-me...ehehehehe
É uma "senhora seringa" para injeção subcutânea abdominal (meninas, guardar sempre um pneuzinho na barriga, pode dar jeito um dia) previamente carregada com um implante, que vai libertando o acetato de gosserrelina por um período de 30 dias.
Como ainda sou uma jovem, o meu sistema hormonal ainda é uma ameaça. Como tal, este medicamento vai ajudar-me a controlar especificamente algumas hormonas, a impedir que o bicho se alimente, uma vez que ele era hormono-receptor.
De resto, a minha foliculite está a melhorar e não recomendo a ninguém!
Bjinho
quarta-feira, 3 de setembro de 2014
Foliculite
Ora pois, foliculite...uma infeção bacteriana sob a pele.
Era mesmo disto que eu estava a precisar J
A radioterapia conseguiu deitar-me quase por terra. Sistema
imunitário, valores do hemograma, energia….tudo ficou em “low battery” e como tal,
alguma bactériazinha intrometida resolveu meter-se comigo e teve sorte. Pensava eu que ia recuperar energias em setembro, para poder começar a pensar retomar a minha vida e zumba...é para aprender a respeitar o ritmo do corpo, e não as vontades da mente.
Na semana passada, começaram a aparecer umas borbulhas na
barriga, logo abaixo da zona irradiada. Pensava eu que era uma consequência da
tareia que a pele do peito levou, mas as teimosas começaram a espalhar-se pelo
corpo, ainda que se mantivessem bem concentradas na barriga, especialmente no
lado direito, mesmo no alinhamento da zona da radio.
Não dei grande importância às ditas cujas, até que esta
segunda-feira a comichão quase me levou à loucura. Contactei o meu oncologista,
que descartou quase de imediato o facto de poder ser consequência da
radioterapia ou do Herceptin. Como ia ontem ao radiologista mostrar a pele,
combinámos que ele veria a pele e daria a sua opinião. A opinião foi a mesma. É
algo estranho, infectado, mas não derivado da radio ou anti-corpo. Claro que de
lá segui para o oncologista, que me recomendou ser vista por um
dermatologista.
O Dr. Leal não foi embora sem me
arranjar uma vaga logo para o início da tarde e sem falar pessoalmente com o
dermatologista. Cada vez mais admiro e respeito este meu médico.
Resumindo, é supostamente uma foliculite herpética (coisa
linda) e posso ter apanhado isto em qualquer lado, de qualquer pessoa ou mesmo
sozinha. Iniciei antibiótico e tratamento de pele já ontem. Claro que depois de
tudo o que já passou, isto são "peanuts", mas uns "peanuts" muito chatos e
irritantes J
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