quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Contradições

Num mês particularmente dedicado à prevenção do cancro da mama, e hoje em específico com campanhas em todo o país, é triste vermos as notícias que nos dão conta dos atrasos nos IPOs. Pressinto até alguma contradição nas políticas de saúde e na ação. Deve ser impressão minha!

Lembro-me muitas vezes do meu caso...semanas a fio à espera de exames e de consultas, quando devia era ter abandonado o SNS e partido logo em busca de soluções mais rápidas. Acreditava piamente que era ali que se tratava um cancro. Desconhecia o tipo de cancro que tinha e lá também não o identificaram (até o estadiamento estava desfasado da realidade).  Fico ligeiramente azeda quando me lembro do que se passou no meu caso. Já se deve ter notado :(

Não me considero uma pessoa desinformada e mesmo assim foi tão fácil manter-me presa a um sistema estupidamente lento e burocrático e influenciado por fatores C. Disse-me uma médica lá no IPO Coimbra, já quando eu estava no Hospital da Arrábida em tratamento, que eu tinha chegado numa altura complicada de férias e Natal à mistura. Que inconveniente que eu fui :)

Amarguras e tristezas não pagam dívidas, por isso evito até pensar na situação. Foi o que foi, muito por culpa minha em acreditar que devia ser ali tratada e não ter aberto os olhos mais cedo. Anseio pelo dia em que se atue rapidamente do diagnóstico inicial à ação e não se atrasem exames e procedimentos por conveniência ou falta de recursos dos serviços.

Alguém, ou alguma coisa, quis compensar-me por este mau começo e colocou o meu oncologista no caminho. Ainda esta terça-feira, antes de mais um tratamento, uma conversa com ele acerca do meu estado atual e do meu regresso à vida ativa. Sincero, carinhoso e preocupado comigo. Independentemente de quantos anos viva, nunca me esquecerei das conversas e do empenho do Dr. Leal na minha recuperação.

Às mulheres que me acompanham, há que fazer os exames de rotina. Nada de adiar uma ecografia ou mamografia por falta de tempo ou porque têem muito trabalho. A vida força-nos a parar, por isso mais vale que o façamos de livre vontade.

À mulher que deixou de fumar há um mês, PARABÉNS!
Cada dia que passa reduzes a probabilidade de ter problemas por causa do cigarro e o teu filho T. merece isso e muito mais.

Bjinho
Vera

PS. Num dos meus livros acerca de cancro, encontrei hoje um miminho da minha filha!




segunda-feira, 27 de outubro de 2014

O amigo Budwigzinho

E se temos frequentemente a sra. curcumina a aromatizar e colorir os cozinhados, agora o amigo Budwig logo pela manhã. Fiz há dias a minha primeira tentativa e gostei do resultado.

Todos nós apreendemos rotinas alimentares ao longo da nossa vida. Não quer dizer que sejam as mais corretas, mas eram as mais comuns e o nosso palato e cérebro automatizado dificilmente foge da rotina. No meu caso, para o pequeno almoço,  desde sempre o leite, muitas vezes quase direto da vaquinha para a mesa (pais agricultores) e o pão com manteiga ou qualquer outra coisa. Quando o cancro me fez repensar essa e outras rotinas, abdiquei do leite e agora do resto dos derivados também.

O creme Budwig, carinhosamente apelidado de Budwigzinho aqui em casa, é uma das alternativas que a Dra. Daniela me deu para o pequeno almoço. É o pequeno almoço do Método de Kousmine, que procura evidenciar o papel da alimentação no tratamento de doenças graves.

O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes. Identifico os ingredientes que usei no meu Budwigzinho.

1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja ou outros leites vegetais
Usei  200 ml de leite de amêndoa e arroz, porque não posso consumir soja nem laticínios.

2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
Usei 2 c. sopa de trigo sarraceno.

3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
Usei 1 c. sobremesa de óleo de primeira pressão a frio de cânhamo. Seguindo o conselho da Dra. Daniela, usei sumo de lima para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível.

4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, sésamo, avelãs, pinhões.
Usei 2 c. chá de sementes de sésamo.

 5. Frutas frescas da época.
Uma banana média.

Finalizei com um "cheirinho" de canela.


 Posso dizer que, tirando a apreensão inicial, gostei e recomendo. Tomei o pequeno almoço às 9h, e às 13h ainda não sentia fome para almoçar. O objetivo é potenciar o sistema imunitário com um pequeno almoço com gorduras de qualidade, antioxidantes, hidratos de carbono de absorção lenta, fibras e proteínas de alto valor biológico. Evitar recidiva do bicho é o macro-objetivo e se eu não fizer por isso, ninguém o fará por mim :)

Bjinhos
Vera



1. Fonte proteica, exemplo: queijo fresco, iogurte (vaca/cabra/ovelha/soja), leite ou leite de soja
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
1. Fonte proteica, exemplo: queijo fresco, iogurte (vaca/cabra/ovelha/soja), leite ou leite de soja
2. Cereal moído na hora, exemplo: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet, quinoa. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio, exemplo: linho, noz, avelã, girassol, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas ou sementes: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões, sementes de abóbora, sementes de linhaça, sementes de chia.
5. Fruta fresca da época.
O sumo de limão/lima deve entrar para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura serve para adoçar, em alternativa pode usar-se mel. - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/creme-budwig-uma-ajuda-para-ser-saudavel/#sthash.dED8JWdz.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5. Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
Regimes especiais 
Nos casos de doentes portadores de patologias crónicas debilitantes, C. Kousmine iniciava o tratamento por um regime de intensificação de desintoxicação como explica em La Sclérose en plaques est guérissable? : “No início e durante 2 ou 3 dias convido os doentes a se alimentarem exclusivamente de frutos crus e em quantidade modesta. O objectivo é modificar o mais depressa possível a flora intestinal bacteriana e suprimir os fenómenos de putrefacção. Isto consegue-se assim que o odor pútrido das fezes desaparece. Depois e durante 2 ou 3 meses, convém suprimir carnes, peixes e aves, pois é a partir dos resíduos não digeridos destes alimentos que se produzem as substâncias tóxicas a eliminar”
No decorrer do processo terapêutico, o doente vai sabendo identificar quando há necessidade de voltar por uns dias a este regime favorecedor de desintoxicação.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5. Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
Regimes especiais 
Nos casos de doentes portadores de patologias crónicas debilitantes, C. Kousmine iniciava o tratamento por um regime de intensificação de desintoxicação como explica em La Sclérose en plaques est guérissable? : “No início e durante 2 ou 3 dias convido os doentes a se alimentarem exclusivamente de frutos crus e em quantidade modesta. O objectivo é modificar o mais depressa possível a flora intestinal bacteriana e suprimir os fenómenos de putrefacção. Isto consegue-se assim que o odor pútrido das fezes desaparece. Depois e durante 2 ou 3 meses, convém suprimir carnes, peixes e aves, pois é a partir dos resíduos não digeridos destes alimentos que se produzem as substâncias tóxicas a eliminar”
No decorrer do processo terapêutico, o doente vai sabendo identificar quando há necessidade de voltar por uns dias a este regime favorecedor de desintoxicação.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5. Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
- See more at: http://www.vivasaudavel.pt/pt/o-creme-budwig/#sthash.2a4awepI.dpuf
O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5. Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
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O creme Budwig é o pequeno-almoço do método Kousmine. Tornou-se muito conhecido e para alguns confunde-se com o próprio método.
Esta receita culinária teve como objectivo permitir a introdução no menu diário de óleos de primeira pressão a frio, cereais integrais moídos na hora e fruta fresca. A Dra. Johanna Budwig foi co-autora deste esforço de criação culinária, razão pela qual C. Kousmine lhe deu o seu nome.
O creme Budwig é composto por cinco tipos de constituintes:
1. Fonte proteica: queijo fresco magro, iogurte magro, leite ou iogurte de soja
2. Cereal moído na hora: aveia, cevada, arroz, trigo-sarraceno, millet. O trigo e o centeio não devem ser incluídos, pois não devem ser consumidos crus.
3. Óleo de primeira pressão a frio: linho, noz, avelã, girassol, colza, sementes de abóbora ou cártamo.
4. Oleaginosas: amêndoas, nozes, sementes de girassol, avelãs, pinhões.
5. Frutas frescas da época. O sumo de limão deve entrar sempre para emulsionar o óleo e torná-lo mais digerível. A banana bem madura também está sempre presente à excepção de quando se opte por um pouco de mel.
Modo de confeccionar: Num copo misturador ou numa taça, bater a fonte proteica com o óleo e o sumo de limão. Depois, juntar a banana ou o mel e o cereal. Misturar bem tudo. Por fim adiciona-se a fruta fresca que pode deixar-se em pedaços ou bater até incorporar tudo em creme.
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quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Saber comer

Desde que descobri o meu cancro que tenho refletido muito acerca dos hábitos alimentares. Somos, de facto, o que comemos e se conseguimos ajudar o nosso corpo a combater o bicho, ou a evitá-lo (seria bem melhor esta situação), fazê-lo torna-se quase numa obrigação.

Fui à consulta de nutrição funcional na terça-feira, muito bem acompanhada por uma pessoa que entrou recentemente na minha vida, mas de quem é muito fácil gostar e apreciar a sua companhia. O cancro tem as suas coisas positivas, cada vez mais acredito nisso. Há amigos que vão ( e não voltam, com alguma pena minha), outros que vêm e me surpreendem. No geral, consigo ter sempre alguém para me ajudar, acompanhar, beber um chá ou só falar. 

Mas hoje é acerca da paparoca :)
A consulta correu muito bem. Gostei muito da postura da Dra. Daniela Seabra e do à vontade com o tema e com as minhas necessidades nutricionais neste momento. Correspondeu totalmente às minhas expectativas e trouxe um plano alimentar digno de um exército em guerra contra o inimigo.

Fisicamente tenho de perder alguma massa gorda. A relação peso/altura está boa, mas há algum excesso de 'banhoca' no corpo e a gordura não é boa para nada! Só posso deixar o pneuzinho para a injeção Zoladex :)

Confirmei hábitos já meus, obtive novas dicas e novos conselhos, desmistifiquei alguns mitos em relação à maneira como o meu organismo reage a certos alimentos. Apostar em alimentos que potenciem a acção anti-inflamatória e anti-oxidante do meu organismo para evitar a recidiva do bicho. Além de agressivo e parvo, o meu tipo de cancro também adora recidir. É uma besta, em todo o seu esplendor.

Ora pois, isso significa para mim, de um modo geral:
- 0 açúcares - grande potenciador das células tumorais, provoca inflamações no nosso organismo e picos de insulina (perigoso porque simultaneamente ocorre a segregação de uma molécula chamada IGF e que estimulam em conjunto o desenvolvimento de células cancerosas).

- 0 latícinios - alimentação à base de soja e milho transgénicos, estrogénios da vaquinha e gordura.
Os produtos lácteos com alto teor de gordura apresentam  níveis elevados de estrogénio e o meu bicho era receptor desta hormona, portanto evitar alimentar o dito cujo.

- 0 soja e seus derivados - pelos fito-estrogénios da soja, na mesma lógica dos laticínios. 

Foi-me recomendado aumentar a ingestão de legumes, fruta, água, reduzir consumo de carne  para apenas carnes brancas, bem como introduzir certas sementes, cereais e frutos secos no meu dia-a-dia. Devo tentar comer o mais bio possível, mas nem sempre é fácil e acessível - são ainda tão caros :(
Tenho uma lista de produtos a adquirir, que provavelmente só encontrarei em lojas da especialidade. Hoje de tarde vou à procura.

Vou fazer suplementos de Ómega 3 e controlar a presença de Ómega 6 no sistema, potenciar o sistema imunitário através de um sistema digestivo mais ativo (grande percentagem do nosso sistema imunitário está no trato intestinal).  Trocar manteigas e óleos por azeite. Parecia estranho barrar o pão de manhã com manteiga de azeite, ou só mesmo azeite puro, mas até que sabe bem. Experimentem!!

São coisas que eu já tinha vindo a praticar, por livre iniciativa, por isso não me causaram grande transtorno. Agora, com mais rigor, seguirei o plano traçado e daqui a 2 meses re-avaliamos. Como o charmoso cá de casa também anda "de regime", junta-se o útil ao agradável (às vezes não muito).

Bjinho

Ps. Ontem visitei a Reitoria da UA pela segunda vez, mas ainda não consegui ver toda a gente :)
Fiquei maioritariamente retida no 1º andar. Obrigada a todas pela simpatia e carinho :) 


"Cada novo amigo que ganhamos no decorrer da vida aperfeiçoa-nos e enriquece-nos, não tanto pelo que nos dá, mas pelo que nos revela de nós mesmos."  
Miguel Unamuno, 'O Segredo da Vida'


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Dia da Alimentação

Hoje é o Dia da Alimentação. Fala-se muito, mas age-se pouco, como em tudo na vida. Quando estamos a recuperar de um cancro, ou como eu digo, a gerir a doença, vemos na alimentação um poderoso aliado.

Tenho estado cada vez mais atenta e na próxima semana irei, finalmente, a uma consulta de nutrição funcional, no Porto. É uma abordagem personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procuram-se as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes.

Tenho tentado fazer isto, mas apenas com  base na minha pesquisa caseira, nos livros e internet. Para melhor saber filtrar e interpretar, vou consultar uma especialista, que trabalha num centro de medicina integrativa.

Foi o meu chefe que, ao conhecer a médica responsável por este centro, me recomendou lá ir. A partir daqui, esperei pela melhor altura para poder ir à consulta. Tive de responder a um questionário de 12 páginas acerca de mim, dos meus hábitos alimentares, estilo de vida, antecedentes familiares, etc.

Creio que vai ser muito útil e vai compensar o esforço.
Vão-se os anéis, ficam os dedos, e eu também, já agora.
Bjinho
Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos se necessário) - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/nutricao-funcional-muito-mais-do-que-contar-calorias/#sthash.fnGcuKAq.dpuf
Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos se necessário) - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/nutricao-funcional-muito-mais-do-que-contar-calorias/#sthash.fnGcuKAq.dpuf
Nutrição Funcional não é mais do que o que toda a abordagem nutricional deveria ser. É personalizada, preventiva e quando já existe sintoma/doença procura as causas para as ajudar a ultrapassar tendo como ferramenta os alimentos e os nutrientes (nos alimentos ou suplementos se necessário) - See more at: http://www.esmeraldazul.com/pt/blog/nutricao-funcional-muito-mais-do-que-contar-calorias/#sthash.fnGcuKAq.dpuf


sexta-feira, 10 de outubro de 2014

'Aceita e sorri'

Aceitar. Sorrir.

Este livro foi-me oferecido na semana passada pela minha "fada dos livros" :)
Curiosamente tinha-o encomendado nessa mesma manhã, por isso vou devolver um deles à fada, porque ela também precisa de exemplos de força e coragem nesta fase da vida.

Senti curiosidade de ler a história desta princesinha, apesar de infelizmente ela já ter partido. A coragem desta mãe é qualquer coisa do outro mundo, sem palavras mesmo.


Aceitar um diagnóstico deste calibre é dose. É dose para um adulto que o recebe, deve ser horrível para uma mãe de uma criança de 4 anos. Espero sinceramente que a mãe Vanessa consiga sentir nela todo o amor da sua filha Leonor e o perpetue ao ajudar outras crianças. Só assim se justificará tanto sofrimento, impossível de imaginar sequer.

Se puderem, comprem o livro. São mais ou menos 13€. É uma das maneiras de ajudar a mãe Vanessa a ajudar outras crianças e famílias na mesma situação. Vejam mais informação  no Facebook

Em pequenos gestos tornamo-nos mais humanos e mais felizes.

Vera




quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Picas...

Semana de picas!
Basicamente, ontem espetaram-me no peito (cateter) e hoje na barriga e no braço! Acho que as agulhas devem gostar de mim!

Acabei de regressar do centro de saúde. Mais uma Zoladex na barriga. Continuo a não gostar da agulha monstruosa (chega a sangrar),  mas acho melhor me habituar, porque terei de apanhar esta injeção por 2 anos. E depois desta, veio a vacina da gripe. Peanuts...quando se comparam as agulhas!

Ontem estive com o meu querido oncologista e enfermeira para mais um anticorpo e foi o Dr. Leal da Silva que recomendou tomar a vacina da gripe, pois o organismo está debilitado e não convém pô-lo à prova com gripe ou algo do género!  Também mudámos ontem a medicação oral. Vou deixar o tamoxifeno e iniciar a Aromazin, para a qual ainda não há genérico:(((

Já tinha conversado com o médico acerca desta mudança e de facto começamos hoje a nova combinação de drogas (aromazin + zoladex), que tem tido resultados mais eficazes do que a atual (tamoxifeno + zoladex) e é claro que eu também já tinha pesquisado acerca dessa combinação e dos potenciais efeitos secundários (é melhor ignorar esta parte!).

Como sempre, foi de uma simpatia e atenção comigo que reforça toda a minha convição de que é ele que me vai curar, o meu anjo da guarda. Ontem, no meio da conversa acerca de recidivas, ele disse-me, em tom de brincadeira, para eu me cuidar bem e que não queria que eu lhe estragasse a taxa de sucesso. Assim o espero, Dr. Leal :)

Muita gente me tem questionado acerca do meu regresso ao trabalho.
Acaba por ser um marco de regresso à normalidade, mas ainda não sei quando será. O sistema imunitário está ainda debilitado, a força física e anímica vai-se fortalecendo, mas a espada ainda está muito perto do pescoço. Iniciei recentemente exercício físico, 3 a 4 x por semana para tirar as teias de aranha das articulações e dos músculos. Ainda só consigo caminhar, mas devagar, devagarinho, o caracol chega onde quer.

Na semana passada voltei à Reitoria da Universidade de Aveiro. Revi colegas e amigos e soube muito bem estar ali rodeada de pessoas que se preocuparam comigo. Os sorrisos e as caras das pessoas são muito transparentes, para o bem e para o mal.

Não consegui ver toda a gente que queria, nem dar atenção a todos da melhor maneira, mas haverá uma próxima em breve. Obrigada pelo carinho :)

Bjinho
Vera







segunda-feira, 6 de outubro de 2014

A sra. curcumina

É verdade, depois de tanta droga, finalmente o paladar e o olfato estão a voltar, bem como a vontade de variar e inventar na cozinha. Cá em casa hoje o jantar foi sopinha (obligatoire, como diria o meu amigo Sandro) e frango de caril e gengibre, acompanhado por bróculos cozidos ao vapor.

Hoje destacarei então o pózinho amarelo, conforme prometido. É mais uma introdução recente na nossa dieta alimentar cá de casa.



O"pó-de-caril" é feito, por norma, de pó de açafrão-da-terra, cardamomo, coentro, gengibre, cominho, casca de noz-moscada, cravinho, pimenta e canela. Mas, de entre todas as especiarias, é no açafrão que se encontra a curcumina, que me interessa em particular. É usada há séculos na medicina popular e começam agora a ser reconhecidas as suas capacidades na redução de inflamações e na desintegração das células cancerígenas (estudos do British Journal of Cancer).

É verdade...continuo a ler demais. Mas, prefiro travar uma guerra informada e tentar, via alimentação, auxiliar o meu organismo a defender-se contra o bicho.

Bjinho

Ps. Amanhã há mais uma sessão de imunoterapia. Uma bela manhã no Hospital da Arrábida, com hemograma, limpeza de cateter, anti-corpo e simpatia por parte de todos. Little brother será o "chauffeur".

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Outubro rosa

Neste mês em que tanto se ouve falar de cancro, passei hoje umas belas horas na companhia de uma outra guerreira. Uma lutadora que conheci por causa da doença, mas que vai ficar na minha vida por melhores motivos. A doença foi só uma maneira de nos apresentarmos. Força nessa cabeleira incipiente!!

A causa de tanta agitação neste mês rosa é nobre. Prevenir o cancro de mama, apelar à vigilância apertada nas mulheres com fatores de risco, e nas outras também, porque muitas vezes quando se faz o diagnóstico, pode já ser tarde.


O meu caso foi um desses em que nada fazia prever o diagnóstico.  Eu não me revia na maioria dos factores de risco e mesmo assim aconteceu para surpresa de todos.

Analisando os fatores e a minha situação em concreto:
  • Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade.
    Eu tinha 33 no momento de diagnóstico.

  • História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter a doença na outra mama.
    Nops...

  • História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama.
    Apenas uma tia do meu pai teve e já não era jovem. Ainda cá está para contar a história dela.

  • Algumas alterações da mama: algumas mulheres apresentam células mamárias que parecem anormais.
    Fazia ecografias mamárias de 6 em 6 meses. Sempre tudo normal.
     
  • Alterações genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama.
    Fiz esta análise já durante o tratamento e deu negativo felizmente.

  • Primeira gravidez depois dos 31 anos.
    Nops...antes dos 30 e amamentei a Rita durante +- 1 ano.

  • História menstrual: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), ou uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos.
    Fui normal neste aspeto, pelo menos na parte da primeira menstruação. A menopausa não deve ser tardia :(

  • Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa, durante 5 ou mais anos após a menopausa.
    Ainda não lá tinha chegado, mas agora já faço hormonoterapia.

  • Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres Caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
    Yep...I'm white.

  • Radioterapia na região peitoral: mulheres que tenham feito radioterapia na região peitoral, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama.
    Fiz agora, mas para combater o bicho.

  • Densidade da mama: mulheres com idade mais avançada que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.
    Sempre tive o tecido mamário muito denso, daí as ecografias periódicas que o meu ginecologista sempre me aconselhou.

  • Obesidade depois da menopausa: mulheres obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama.
    Mais uma vez, ainda não tinha chegado lá, nem me deram a oportunidade de engordar :)

  • Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.
    É estúpido, mas eu e o meu charmoso tínhamos entrado para o ginásio poucos meses antes do diagnóstico. Não considero, no entanto, que estivesse fisicamente inativa, até porque com uma pestinha de 3 anos, seria difícil ser inativa cá em casa!

  • Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.
    A minha boa disposição (quase sempre) não depende do álcool. Beber um copo de vinho ou uma cerveja de vez em quando chega-me. 

Como dá para ver, isto não acontece só aos outros. É mesmo importante analisarmos o nosso corpo, entender os sinais que ele nos dá. Nem sempre um cancro de mama se traduz num nódulo, ou em algo palpável. É preciso estar alerta para outros sintomas.

No meu caso, o cancro inflamatório assemelha-se a uma mastite, como as que podemos ter quando amamentamos. Não formou nódulos, não havia nada que se pudesse tirar e dizer "Está aqui o cancro".
Era tudo cancro ali naquela mama :(

É uma frase feita, mas tem de ser repetida. Façam o auto-exame em casa e façam exames regularmente. Não deixem para amanhã. A nossa saúde deve estar sempre em primeiro lugar, porque acreditem, não desejo isto a ninguém.

Beijinho,
Vera