segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Superstições

Costumamos ouvir que não acreditamos em bruxas, mas que as há, há, certo?

Pois, com o chamado Pão do Vaticano aconteceu a mesma coisa cá em casa. A minha cunhada trouxe-me uma porção da massa, conforme manda a regra para não quebrar a dita corrente. Sou um bocado suspeita nestas coisas, nunca acreditei nestas ditas correntes da sorte, mas o que é certo é que o pão sabe muito bem (ela trouxe também uma fatia para eu provar). Não tinha nada a perder e juntamente com a Rita, o pão foi-se fazendo.

Numa tentativa de tornar o pão mais saudável e compatível com o regime alimentar que sigo, juntei bagas de goji, lascas de côco e nozes de Soure (obrigada Ana Carina).

No sábado era dia de cozer o pão. Com tanta farinha branca e açúcar, ainda com óleo à mistura, só pensava na bomba hiper-calórica que ia fabricar. Mas enfim, dias não são dias e preparei tudo. Cozeu bem, ficou um cheiro maravilhoso e de aspeto estava muito bonito.


Fiz a minha parte. Dei três porções e aguardo feedback das felizes contempladas :)

Bjinho,

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O que se diz acerca do PÃO DO VATICANO

Este pão trará boa sorte a toda a família. Aquele que coze o pão tem um desejo realizado.
Apenas deve fazer este pão uma vez na vida. Começa na 2º feira. É importante que o fermento NÃO esteja no frigorífico. Coloque a massa numa taça ou bacia de vidro e cubra com um pano de cozinha. Só pode mexer com uma colher de pau, nunca com talheres de metal ou com as mãos.

·2ª feira: Junte 250g de açúcar – Não mexer
·3ª feira: junte 250ml de leite fervido (deixe arrefecer antes de usar)– não mexer
·4ª feira: junte 250g de farinha – não mexer
·5ª feira: hoje pode mexer tudo – apenas com uma colher de pau
·6ª feira: junte 250g de açúcar, 250ml de leite fervido e arrefecido e 250g de farinha. Mexer ao redor e ajustar para 4 porções. Dar 3 porções. A 4ª fica para si e é com ela que faz o pão.
·Sábado: Para a 4ª porção junte 250g de farinha, ½ colher de sopa de bicarbonato de sódio, ½ pacote (ou uma colher de sopa) de fermento em pó, 3 ovos, açúcar baunilhado qb, 250ml de óleo, nozes picadas grosseiramente, ½ colher de sopa de canela, 3 punhados de passas, pedaços de maçã e raspas de chocolate. Unte uma forma e ligue o forno a 180º C.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Aniversário

Este fim de semana bombardeei o meu organismo com hormonas felizes.
Cancro, toma lá destas para ver se gostas!

 Em primeiro lugar, a devida explicação para receber parabéns em dois dias diferentes. Corria o belo ano de 1980, ano de boa colheita, e nascia a minha pessoa lá em Viadal, uma das aldeias da Serra da Freita, Vale de Cambra. Nasci em casa, como já tinha acontecido com o irmão mais velho. Apenas o mais novo teve o direito a nascer no hospital. Por lá, era ainda normal que os partos fossem feitos assim.

Reza a "lenda" que, já mais tarde, quando o meu pai me foi registar, não se terá propriamente lembrado da data com exatidão, portanto apontou para meados do mês. Resumindo, nasci a 16, mas legalmente nasci a 15. A maior parte das pessoas que me conhece já ouviu esta história. Contei-a imensas vezes para evitar que me dessem os parabéns duas vezes, mas desisti. Agora recebo a 15 e a 16, porque independentemente da data, conta a intenção. É tipo casamento cigano, uma festa que perdura.

Dada a explicação, eis que sou presenteada no sábado, pela manhã, com um arranjo de 34 rosas logo pela manhã, com  a participação de 143 pessoas (e alguns animais)...sim 143. A iniciativa foi de uma pessoa que entrou nas nossas vidas quando eu já estava grávida da Rita e aqui permanece. Por algum motivo será, certo?

A D. Alda organizou esta conspiração e conseguiu angariar esta gente toda com a ajuda de outros conspiradores. Claro que eu, a rapariga forte, fiquei meia aparvalhada e com alguns problemas de humidade nos olhos. Deve ser alergia às flores, claro. Que todo o bem que ela me deseja se converta em felicidade e paz de espírito para ela e seus filhos.

Não há palavras para agradecer o gesto, em primeiro lugar o da D. Alda e depois o de todos os que participaram, mesmo eu não conhecendo algumas das pessoas, nem nunca ter privado com elas. Desde família direta, a amigos, primos e padrinho no estrangeiro, colegas de trabalho da UA, é um mar de gente naquela lista. Fiquei babada com tanto carinho disperso :)

Foi um gesto muito bonito, que me fez pensar, mais uma vez, nas coisas boas que um cancro nos pode trazer. Falar em lado positivo de uma doença destas pode parecer de loucos, mas loucura à parte, o cancro trouxe-me muita coisa boa e só espero que viva anos suficientes para poder retribuir toda a amizade, carinho e amor que tenho recebido ao longo deste ano.

Fiz hoje questão de responder a mais de 200 mensagens de parabéns no Facebook, porque se todos perderam um bocadinho de tempo a desejarem-me os parabéns, então também tenho de fazer o mesmo. Obrigada a todos.

Como eu costumo dizer, o cabrão é forte, mas eu não estou sozinha nesta luta.
Sou forte e somos muitos a lutar, por isso "keep on fighting".

Bjinho e obrigada




PS...Amanhã novo Herceptin. Aguenta coração...já faltam só 6 meses desta droga!


quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Malditos leucócitos

Tenho andado desaparecida. Há alturas em que temos de nos distanciar, experimentar novas realidades para sentirmos o que é verdadeiramente importante. Um fim de semana com os primos do Nuno foi bom para nós e bom para a Rita, que pôde estar com a prima Lara.

Quando estamos bem de saúde, nunca temos tempo para estar com a família. Arranjamos sempre desculpas, compromissos inadiáveis e os anos vão passando sem nos darmos a conhecer e sem desfrutarmos da companhia das pessoas.

Quando temos a noção de que não somos imortais, aprendemos a controlar melhor o nosso tempo e a valorizar os minutos.

Foi um fim de semana divertido na cidade berço. Uma cidade que merece, talvez, uma nova visita. Há tanta coisa a visitar, tanta história a apreender. Recomendo! Talvez da próxima também com companhia da prima emigrada:)

Hoje foi dia de Zoladex...mais um rasgo no pneu!
A enfermeira Andreia disse-me, em tom de brincadeira, que lhe custava imenso dar-me a injecção! Pois, só me restou rir...a mim custa um bocadinho mais, mas tem de ser. Se cá quero andar mais uns anitos, tenho mesmo de suportar estas coisinhas.

Fui igualmente levantar as análises ao sangue. Infelizmente continuo com o sistema imunitário pelas ruas da amargura, mas como me costumam dizer, "de aspecto" estou ótima! Pensei que já estivesse mais recomposta, mas o embate tem sido forte e o corpo demora a recuperar. Com a alimentação mais cuidada, exercício e força de vontade, espero em breve voltar a valores mais normais.

Até lá, não se cheguem a mim com viroses ou gripes!

Bjinhos