Tinha ela 1 mês e meio nesta foto e é uma das minhas fotos favoritas dela. Acabava de mamar e adormecia assim no meu colo, com a minha mão a servir de almofada. Como mãe galinha que era, sem experiência e com medo de a acordar, ficava muitas vezes assim, a olhar para ela a dormir, com este ar sereno e seguro. Ela estava no seu porto seguro. Agora, nestes dias que correm, é ela o meu porto seguro.
Fez 5 anos na passada sexta-feira. Incrível como o tempo passa e depressa se fez uma mulherzinha. É muito teimosa e senhora do seu nariz, mas não se deve conseguir contrariar os genes, digo eu. Teve uma festa muito diferente das habituais cá em casa. Num ambiente novo, foi a rainha que recebeu os seus convidados e os encantou com a sua graciosidade. Adorei receber os amigos dela, os nossos e a nossa família mais direta. Não posso, como devem perceber, convidar toda a gente que gostaria de convidar. Torna-se dispendioso e isso é coisa que neste momento temos de evitar.
Acima de tudo, foi um dia bonito, em que muitas vezes me lembrei dos primeiros dias em casa com ela, dos momentos de aflição, dos momentos de alegria e dos aniversários passados. Como ela cresceu!
Nem nesse dia me consegui esquecer do cancro. Ele está sempre presente na minha cabeça e corpo (cansaço e marcas físicas) e faz-me lembrar cada vez mais como é precioso acompanhar o crescimento da minha filha. Como é bom ver que eu e ela ainda encontramos esta serenidade e segurança em tantos dias e momentos da nossa vida.
Beijinho e sejam felizes. Aproveitem o melhor que temos.
Vera
A tua mão continua a ser um porto seguro para a tua Rita, pois sais mais forte desta batalha e ela também...a Rita sabe que terá sempre a mãe a lutar pelo seu melhor.
ResponderEliminarObrigada Hugo, pelas palavras e pelo dia de ontem. Foi muito bom estar convosco. Beijinho
EliminarOlá! Sou a Graciete, São Paulo, Brasil. Acompanho sua história. Sofro do mesmo mal. Câncer inflamatório de mama, só q o meu é triplo negativo, não responde a hormônio. Tenho 34 anos, com uma filha de 3 anos. Meu diagnóstico foi em novembro , e desde então já fiz 6 sessões de quimioterapia, mastectomia da mama direita e agora aguardo o começo da radioterapia. É tudo realmente muito difícil. Mas agradeço muito a Deus pela minha filha e família, a qual me dão total apoio. Caso contrário, penso que poderia ser muito pior esta jornada. Não vejo a hora de ter cabelos de novo, de ter minha vida normal de novo. Ou pelo menos o mais normal possível...
ResponderEliminarOlá Graciete, uma história semelhante à minha. Espero que corra tudo bem na radioterapia. A nossa vida deixa de ser normal, passa a ser especial. Espero que corra tudo pelo melhor. Um abraço deste lado do Atlântico. vera
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