Nesta fase deste meu "desencontro", esbarrei novamente na incerteza e no medo de não estar a fazer as melhores escolhas. Consultei, até ao momento, dois médicos diferentes, em hospitais diferentes na área da cirurgia reconstrutiva. Claro está que não me podiam facilitar a vida. Deram-me dois caminhos diferentes, opiniões contraditórias e eu baralhei-me ainda mais.
Estou a par de tudo o que envolve reconstrução de uma mama. Sei quais os métodos, quais as recomendações, quais as taxas de complicação em cada método...não fosse eu quase médica destas andanças:) Só não sei qual o melhor para o meu caso.
Pensava que sabia, estava convencida que ambos os cirurgiões plásticos iam dizer a mesma coisa:
"D. Vera, como fez muita radioterapia, não poderá fazer A nem B, apenas o C."
...e eu apenas confirmaria o meu "veredito caseiro". Mas não, eles tinham de inventar e baralhar este meu cérebro.Um disse para fazer o A, o outro o C ou talvez mesmo o D. Isto são apenas letras a marcarem métodos, nada que ver com copas, não se baralhem.
E a Vera perguntou...então e se eu quiser fazer X, o que acha? E "prontes" um diz que sim, outro diz nem pensar. E entenderem-se, não? Dizerem a mesma coisa a alguém que anda à procura de certezas?
Falei com as minhas amigas americanas, há de tudo por lá também, mas a maioria recomenda apenas 1 dos métodos e costumam estar sempre bem informadas e aconselhadas.
Resumindo, 2 semanas a compilar digitalmente o meu processo clínico, aquele lindinho organizado com separadores...entre scans, downloads, renomear ficheiros e organizar fotos, perdi algumas horas. Não fiz o meu processo completo, apenas pontos-chave no tratamento e enviei ficheiro com 150Mb para a seguradora.
Agora, depois de conversar com a enfermeira e de ela organizar a informação, o processo seguirá para um especialista, para emissão de relatório acerca do meu caso e das minhas dúvidas existenciais. Deve seguir para os Estados Unidos, segundo me disseram. Espero que venha um relatório assertivo e com o preto no branco.
Entretanto, vou esperar com calma. É uma coisa que não me tira o sono, tira-me mais a paciência mesmo, porque não gosto de incertezas ou dúvidas. Se não estiver certa do que devo fazer, adio.
Até aos 90 anos tenho tempo!
Beijinho