Gatos...nunca fui fã de gatos.
Lá por casa havia imensos animais, nunca gatos. Não havia empatia familiar com esses bichanos nessa altura e nunca a criei desde então. Aliado a isso, sou alérgica ao pêlo dos bichos, farto-me de espirrar e fico mesmo aflita se estiver em casa de alguém com gatos. Nada a ver com a limpeza da casa, note-se. Basta o bichano ter andado por lá que a minha real penca dá por ela e desata a espirrar.
Mas pronto, hoje abro uma exceção para a Troubles. Durante o tratamento do cancro, fez questão de se aliar e demonstrar o seu apoio. Agora, nesta fase de reconstrução da normalidade, não é que a bichinha conseguiu transmitir novamente uma bela mensagem e sempre em inglês :)
Digam lá que quem tem amigas destas não é feliz, mesmo com uns atchins pelo meio?
Love you Sisse.
Bjinho,
Vera
Ps. Amanhã é dia de tirar os pontos...fingers crossed, please!
Um cancro de mama diagnosticado aos 33 anos. Não procuro ser mais do que um exemplo de luta, mais uma "Maria" a encarar olhos nos olhos esta doença. Não sou a primeira, gostaria muito de ser a última mulher com esta doença. Infelizmente, não serei. Mas serei mais uma a dar armas às "Marias" que se virem confrontadas com este desencontro da vida.
terça-feira, 13 de fevereiro de 2018
sábado, 3 de fevereiro de 2018
3ª cirurgia
Mais uma cirurgia, desta vez já com o pensamento que é a
última (ou deve ser a última consoante os resultados). Aperfeiçoamentos a fazer
nestas situações há sempre, mas também temos de saber quando parar, não vá
virar uma plastic freak.
Dei entrada no Hospital dos Lusíadas às 7h30, saí por volta
das 13h. Quase mais rápido ir ao bloco operatório do que ir às compras. Implicou mais uma
anestesia geral, mas bem mais leve desta vez, até porque o tempo no bloco foi
bem mais reduzido do que nas vezes anteriores. Demos uns últimos retoques, em
jeito de bate-chapas a recuperar uma amolgadela de um carro novo e, tirando um
outro acrescento ainda a fazer em breve, vamos dar por encerrada esta fase de
reconstrução da mama. É impressionante o trabalho do cirurgião plástico, este
esforço para manter na mulher mastectomizada a sensação de pseudo-normalidade.
Perguntaram-me muitas vezes, diretamente, porque estava eu a
sofrer isto tudo só por causa de uma mama. Tanta gente que vive só com uma
mama, ou sem as duas…seria pelo marido…pela filha…pela sociedade?
Não, foi por mim mesmo, e talvez, em segundo plano, um pouco pela Rita, porque na altura da mastectomia lhe disse que depois o médico fazia outra mama. Era preciso desvalorizar aquele ato naquela altura, tendo ela 4 anos.
Porque passar por 3 cirurgias, duas incluindo
lipo-aspirações, para agradar a outros seria mais um sinal para me internarem.
Estas coisas doem, deixam-nos todas pisadas e cheias de nódoas negras. Como
raio fazem isto só para ficar sem as banhocas?
Tirando o incómodo dos hematomas, os buraquinhos espalhados pela
barriga (por onde fazem as lipos) e os pontos no peito, está tudo a correr
normalmente e espero recuperar bem melhor e mais depressa desta vez.
Bjinho
Vera
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