sábado, 3 de fevereiro de 2018

3ª cirurgia


Mais uma cirurgia, desta vez já com o pensamento que é a última (ou deve ser a última consoante os resultados). Aperfeiçoamentos a fazer nestas situações há sempre, mas também temos de saber quando parar, não vá virar uma plastic freak.

Dei entrada no Hospital dos Lusíadas às 7h30, saí por volta das 13h. Quase mais rápido ir ao bloco operatório do que ir às compras. Implicou mais uma anestesia geral, mas bem mais leve desta vez, até porque o tempo no bloco foi bem mais reduzido do que nas vezes anteriores. Demos uns últimos retoques, em jeito de bate-chapas a recuperar uma amolgadela de um carro novo e, tirando um outro acrescento ainda a fazer em breve, vamos dar por encerrada esta fase de reconstrução da mama. É impressionante o trabalho do cirurgião plástico, este esforço para manter na mulher mastectomizada a sensação de pseudo-normalidade.

Perguntaram-me muitas vezes, diretamente, porque estava eu a sofrer isto tudo só por causa de uma mama. Tanta gente que vive só com uma mama, ou sem as duas…seria pelo marido…pela filha…pela sociedade?

Não, foi por mim mesmo, e talvez, em segundo plano, um pouco pela Rita, porque na altura da mastectomia lhe disse que depois o médico fazia outra mama. Era preciso desvalorizar aquele ato naquela altura, tendo ela 4 anos.

Porque passar por 3 cirurgias, duas incluindo lipo-aspirações, para agradar a outros seria mais um sinal para me internarem. Estas coisas doem, deixam-nos todas pisadas e cheias de nódoas negras. Como raio fazem isto só para ficar sem as banhocas? 

 


Tirando o incómodo dos hematomas, os buraquinhos espalhados pela barriga (por onde fazem as lipos) e os pontos no peito, está tudo a correr normalmente e espero recuperar bem melhor e mais depressa desta vez.

Bjinho
Vera 

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