Com a mania chata que tenho de perceber o que me vão fazer, reuni toda a informação na minha cabecinha para a conversa com os 3 plásticos diferentes que consultei...Sim, 3 plásticos, porque os 2 primeiros indicaram-me soluções opostas. Tive de desempatar com um 3º, que acabou por se tornar o meu cirurgião.
Já passaram 2 anos...é impressionante. Depois de 3 cirurgias, muitas sessões de fisioterapia, muitas dores e incómodo, cortes e recortes, ainda sou uma obra inacabada, mas temos de deixar o corpo sarar e seguir o seu rumo. Na minha última visita ao Porto, com o objetivo de fazer a minha primeira tatuagem, não reuni as condições mínimas a nível de cicatrizes para avançar com essa fase, pelo que o tatuador me recomendou esperar mais uns tempos.
Foi giro entrar num espaço de tatuagens e quebrar preconceitos...ver caveiras, ossos, fotografias de pessoas todas tatuadas, imagens fora da minha realidade, mas encontrei também muita sinceridade, carinho e um toque humano, que me fez sentir que é ali que pertenço e é ali que devo estar para esta fase. Com este cancro, ganhei a noção que as pessoas fazem a diferença nestas andanças. Se confiarmos em quem nos acompanha, temos metade da jornada percorrida.
Daqui a uns tempos, queria ver se dava a obra por terminada. Já parece mais a obra de Santa Engrácia...
Vera
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