Um cancro de mama diagnosticado aos 33 anos. Não procuro ser mais do que um exemplo de luta, mais uma "Maria" a encarar olhos nos olhos esta doença. Não sou a primeira, gostaria muito de ser a última mulher com esta doença. Infelizmente, não serei. Mas serei mais uma a dar armas às "Marias" que se virem confrontadas com este desencontro da vida.
terça-feira, 17 de dezembro de 2019
Dias em que não há paciência
Semana de revisão na oncologia dá sempre azo a uma certa impaciência e intolerância para com certas coisas e certas pessoas.
Como diz o outro, as pessoas boas não são necessariamente burras. Podem ser só boas, adequada e simplesmente boas.
Bjinho
Vera
quarta-feira, 13 de novembro de 2019
Números que gelam
O medo vai sempre acompanhar-nos, saber lidar com o medo é que nos faz continuar a sorrir, a sair da cama, a trabalhar, a viver! Ter noção destas amargas estatísticas ajuda:)
Vejam a reportagem breve da Sic - "Um terco dos doentes com cancro da mama acaba por voltar a ter a doenca na forma avançada"
Bjinho,
Vera
sexta-feira, 4 de outubro de 2019
Tamoxifeno
Há 5 anos terminamos a nossa relação. Eu e o tamoxifeno éramos incompatíveis...
Como era "nova"na altura, o Aromasin pareceu-nos mais atraente, ainda por cima acompanhado do Zoladex, com aquele corpo invejável de chorar por mais (lá doer, doeu muitas vezes).
Retomo hoje este velho amor, abandonada que está a fase do Aromasin e Zoladex, que foram sempre fiéis protetores. Desempenharam bem o seu papel, mas é altura de avançar.
Bring it on, tamoxifen. Venham daí mais mudanças de humor, mais dores nas articulações, mais 500 efeitos secundários.
Afinal de contas, alguém disse que não há amor como o primeiro...
Bjinho e sejam felizes.
Vera
quarta-feira, 2 de outubro de 2019
Outubro rosa
Parece que começou o mês da sensibilização para o cancro da mama. Ideologias à parte, convém mesmo é vigiar e cuidar do nosso corpo todos os dias. Homens e mulheres devem fazer a auto-palpação. Pode salvar vidas, literalmente.
Bjinhos
Vera
quinta-feira, 26 de setembro de 2019
Besta de cancro
Nunca fui de eufemismos. É cancro...não é o malzinho, a doença, o tumor maligno...chamem-no pelo nome. Consta que ele não gosta de afrontas...
Quando nos conseguimos colocar no lugar da pessoa que acabou de receber esse "presente", caímos de volta no mesmo momento, sentimos o aperto e a sensação de medo e do "porquê eu"...e milésimos de segundos depois, estamos a passar energia positiva, a cuidar de dar esperança e a disponibilizar-nos para ouvir, falar ou o que quer que precisem.
Não vale a pena procurar o porquê. Há quem diga que é o destino, o karma, o azar, a genética, entre outros pseudo-culpados. Importa agora somente o quando e como o vamos atacar, para o ultrapassar. O resto fará parte da história, da nossa história
Bjinho
vera
terça-feira, 17 de setembro de 2019
Aprender sempre
Vi estes dois livros. Um de receitas e outro de controlo hormonal...equilíbrio do sistema hormonal...uhm, pareciam combinar. Tudo o que comemos influencia o nosso corpo, por isso continuo a tentar mudar hábitos cá em casa, de preferência de forma informada.
Boas leituras e muita saúde.
Bjinhos
quarta-feira, 28 de agosto de 2019
Os primeiros 5!
Esta semana, pequenas vitórias que me valeram uma taça!
5 anos após fim dos tratamentos-choque, 5 anos de medicação e de exames constantes, 5 anos de efeitos secundários muitas vezes camuflados pela minha postura e "bom ar".
Não vou deixar a hormonoterapia, que no meu caso é recomendada por 10 anos. Vamos alterar. Vou deixar de tomar as benditas injeções Zoladex, vou deixar o Aromasin daqui a 1 mês, vou parar o ácido alendrónico em breve e voltar ao tamoxifeno por mais 5 anos. No fundo, a partir de agora, só o tamoxifeno, o cálcio e a vit D...
Deixar de sentir aquela agulha linda todos os meses não vai deixar saudades. Acho que vou sentir saudades das minhas queridas enfermeiras Andreia e Isabel, que ao longo destes 5 anos sofreram um bocadinho comigo e que foram vivendo comigo as pequenas vitórias e partilhando muito mais do que apenas aquele momento para a injeção no centro de saúde de Ílhavo.
O meu querido Dr. Leal ficou tão feliz quanto eu.
São mudanças positivas na medicação, na esperança de sobrevida e na qualidade de vida.
Keep it simple.
Vera
segunda-feira, 20 de maio de 2019
Revisão dos 63...
Como a medicação hormonal tem estes efeitos secundários (entre alguns outros ainda mais desagradáveis), lá terei eu de entrar em modo "regime". Vamos evitar a palavra "dieta" que me fere os ouvidos. Até à próxima consulta, em agosto, baixar ambos os valores e as ordens do Dr. Leal são para cumprir, até porque ele sabe bem do que fala.
De resto, exames todos em conformidade e siga para a frente com isto. Em breve atingirei o que muitos consideram ser a 1ª meta - os 5 anos pós-tratamento. Já????
É relativa esta contagem e há sobreviventes a contar este tempo de maneira diferente, mas considero, no meu caso e para este efeito a data de conclusão do "tratamento choque" - quimioterapia+mastectomia+radioterapia.
Agosto de 2014 foi uma espécie de libertação, até porque literalmente estava a "libertar" cenas queimadas pela radioterapia (humor negroooo).
Assim tem sido o caminho...
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Obras e tatuagens
Acredito que a pressa é inimiga da perfeição, por isso dar tempo ao corpo para recuperar e cicatrizar bem é o ideal para o corpo, mas nem sempre para a mente.
Passo nr. 4 da obra concluído, tatuagem feita e a precisar agora de algum tempo para cicatrização e normalização da pele. Ainda ficam a faltar uns retoques no estuque, mas Roma não se fez num dia. So far, so good!
Obrigada Orfeu, não só pela tatuagem, mas pelo carinho e à vontade que me fez pensar voltar aí um dia para esconder a entrada extra que me abriram para a quimioterapia. Para se ser um bom profissional, também é preciso ser um bom ser humano e esses, felizmente, vou encontrando ao longo desta minha jornada.
Bjinho,
vera
segunda-feira, 25 de março de 2019
A proximidade que importa
A farmacêutica perguntou se estava tudo a correr bem e disse-me, com um sorriso, que eu já devia estar quase a chegar ao 5º ano pós-cancro. Associou-me, desde o início do cancro, à idade do filho e por isso sabia que já lá iam mais de 4 anos de tratamento hormonal.
Foi bom sentir esse carinho de alguém com quem me cruzo apenas 1x por mês. Andamos sempre a correr de um lado para o outro e perdemos tão pouco tempo a mimar e a cuidar.
Entretanto, no meio das correrias, deixei prescrever a receita para a vitamina D...agora vou mesmo ter de tostar à hora de almoço um bocadinho, todos os dias, senão não consigo sair do "défice".
terça-feira, 5 de março de 2019
Falar sobre cancro
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019
Rosnar e sorrir
Vá lá que foi nas mãos do Nuno...se fosse nas minhas, ainda hoje estava a ouvir as piadinhas. Sim, porque "eu" dou cabo das máquinas todas, cá em casa tem sido um "ver-se-te-avias" de cenas avariadas e, segundo consta, eu tenho quota parte nisso. Devo ter um dom...o que me vale é a minha capacidade de abstração (ou de ignorar mesmo).
A abstração e capacidade de ignorar, até um certo ponto, são muito importantes, porque existe tanta coisa, boa ou má, a acontecer à nossa volta, que nos consegue desestabilizar, retirar a paz e o equilíbrio que precisamos para viver, e não só sobreviver.
Vou rosnando, sorrindo e ladrando, por vezes, mas enquanto assim for, é bom sinal. Se eu parar de sorrir no meio do rosnar e ladrar, aí sim, a coisa está preta!
Bjinho.
Vera