Hoje fui à farmácia comprar a minha medicação e saí de lá com um sorriso nas trombas, mesmo depois de ver a conta.
A farmacêutica perguntou se estava tudo a correr bem e disse-me, com um sorriso, que eu já devia estar quase a chegar ao 5º ano pós-cancro. Associou-me, desde o início do cancro, à idade do filho e por isso sabia que já lá iam mais de 4 anos de tratamento hormonal.
Foi bom sentir esse carinho de alguém com quem me cruzo apenas 1x por mês. Andamos sempre a correr de um lado para o outro e perdemos tão pouco tempo a mimar e a cuidar.
Entretanto, no meio das correrias, deixei prescrever a receita para a vitamina D...agora vou mesmo ter de tostar à hora de almoço um bocadinho, todos os dias, senão não consigo sair do "défice".
Um cancro de mama diagnosticado aos 33 anos. Não procuro ser mais do que um exemplo de luta, mais uma "Maria" a encarar olhos nos olhos esta doença. Não sou a primeira, gostaria muito de ser a última mulher com esta doença. Infelizmente, não serei. Mas serei mais uma a dar armas às "Marias" que se virem confrontadas com este desencontro da vida.
segunda-feira, 25 de março de 2019
terça-feira, 5 de março de 2019
Falar sobre cancro
Falar sobre cancro...pois!
Falo muito sobre o cancro, seja o meu ou outros. Conheço intimamente
o meu e dou uns toques acerca de outros. Muita informação inútil
neste cérebro!
Muitas vezes, no momento do diagnóstico, depois de passar aquele
primeiro susto, precisamos de ouvir experiências, pessoas reais que
saibam entender o medo e o pavor do desconhecido e da incerteza.
Tenho falado com algumas pessoas, a maioria provavelmente não devo
ter o prazer de conhecer pessoalmente pela distância que nos separa.
Mas isso não significa que não seja criado um laço com essas
pessoas. São laços virtuais, muitas vezes mais fortes que muito
físicos.
Nesta minha aventura, conheço também casos mais próximos, que me
fazem pensar na injustiça na distribuição dos cancros. Não sei
quem a faz, mas devia repensar seriamente a sua estratégia!
Se com dois dedos de conversa e um chá conseguimos ajudar alguém,
se os conseguimos ajudar a tranquilizar, sabe bem. Ficamos a pensar
em como podemos ser úteis aos outros, como quando um dia alguém o
foi para nós.
Não há nada que garanta que vai correr bem, nem ninguém o pode
assegurar, eu muito menos. Mas quando sei que estão a ser tratados,
ou vão ser tratados, pela equipa que me segue, fico simplesmente
aliviada e feliz pelas pessoas. Os anjos da guarda podem ser
partilhados, afinal de contas.
E sei que o Dr. Leal, a Dra. Teresa, a
enfermeira Maria José e a Licínia de tudo farão para que te sintas
sempre bem enquanto por lá andares, querida L.
Agora vamos a luta!
Bjinho
vera
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