É uma história simples de uma mulher que se viu confrontada com um primeiro cancro de mama aos 34 e depois com recidiva 12 anos mais tarde. Relata de uma maneira directa e simples todos os fantasmas que assombram quem sofre, ou vê sofrer alguém com esta doença.
Nada de novo, especialmente para mim que já li tantos sobre o assunto. Então o que fez brotar a lágrima?
Simplesmente a descrição que a autora faz quando se apercebe que tem cancro de mama, com um filho de dois anos apenas e em plena quadra natalícia. Pareceu-me tudo tão familiar...apenas muda a idade da criança de 2 para 3.
Pela Rita, e sempre por ela principalmente, a quadra natalícia de 2013 foi passada com a maior naturalidade possível. Houve jantar e almoço de Natal com a família, presentes e diversão. Por dentro, sabe Deus como eu estava, mas tinha de sorrir e de lhe proporcionar o melhor que tínhamos.
Com 3 anos, o entendimento da vida é ainda relativo e ficar marcada por uma coisa destas assusta-me. Por este motivo, tenho tentado levar este cancro de uma maneira transparente e simplificada, ainda que choque algumas pessoas. Como eu dizia hoje à Stela, a fisioterapeuta que me está a ajudar a recuperar os movimentos do braço e músculo, se nós falarmos acerca do bicho, ele torna-se menos peludo e menos assustador.
Porque, tal como a autora do livro, o medo de deixar de estar aqui para ver os filhos crescerem e para os ajudar a compreenderem as amarguras e as alegrias da vida, é maior do que o medo da nossa morte em si, ainda que estritamente ligados. Estranho, não é?
Pois, foi assim que brotou a lágrima no comboio, prontamente seca com o frio polar que se faz sentir lá dentro.
Já fui menos lamechas :(
Bjinho
Ps. A radioterapia ainda vai durar até terça-feira, mas estamos quase no fim. A pele aguentou-se estoicamente, ainda que agora já muito avermelhada, tipo escaldão de gente parva que não usa protetor solar.
Olá!
ResponderEliminarConsegui ler o teu blog todo de seguida: tu consegues mesmo prender as pessoas.
Gosto mais da parte final quando falas mais da tua vida e daquilo que consegues ir fazendo, apenas com uns rodapés sobre "o coiso".
Quando chegamos a um certo patamar da vida em que aqueles que nos são mais próximos o são porque gostam realmente de nós, daí que não deviam precisar de desculpas quando te ausentas.
Quero dar-te força para a tua vida extra "coiso". Para a tua filha, marido e família. Aprendi a gostar de ti, mas o "coiso" que se f***!
Bjs.
Obrigada pela mensagem :)
ResponderEliminarGosto que tenhas gostado de ler esta minha jornada e, de um certo modo, aprendido a gostar de mim, apesar de não saber quem és.
Bem haja
Vera