quarta-feira, 11 de março de 2015

Coisa de velhos

Lembro-me de muita coisa da minha infância e pós-infância. Uma delas é que o meu pai era umas das únicas pessoas na aldeia a ter um equipamento de medir a tensão arterial e volta e meia lá vinham algumas pessoas pedir ao meu pai para ver se a tensão estava boa. Ele não era médico, nem nada que o pareça, apenas um agricultor que sabia medir a tensão às pessoas mais idosas. Nunca soube manobrar o dito equipamento, que ainda deve andar lá pela casa em Viadal, Serra da Freita.

Se alguém me dissesse que eu aos 34 anos andaria quase diariamente a medir a minha tensão arterial, eu diria que estavam loucos, isso é coisa de "velhos", ou devia ser. Cá estou eu nesta minha tarefa, hoje porque me senti estranhamente cansada, fisicamente em baixo. A tensão arterial mais baixa deixa-me assim. Desde a radioterapia que tenho sentido mais dificuldade em manter valores estáveis e o herceptin talvez não ajude à festa.


De qualquer modo, já estou na cama, enquanto a criança ainda azucrina o pai. Tenho sentido necessidade de dormir muito, pelo menos comparando com o que dormia antes. As minhas insónias têm-me dado tréguas, talvez porque o corpo pede para descansar. Acho que já o pedia antes, eu é que achava que havia sempre algo mais importante do que descansar.  Não é à toa que existem horas recomendadas para o sono. O nosso corpo precisa mesmo disso, de se recuperar e de fazer o "shut down" por algumas horas. 

Por isso, vivam muito bem a vida no dia a dia, mas descansem o suficiente para recuperar. Não há dinheiro ou estatuto que se ganhe hoje que pague a nossa saúde amanhã.

Desculpem a filosofia, já só está o "Tico" a funcionar, o "Teco" já ronca.

Bjinho

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