segunda-feira, 6 de março de 2017

Poema & cirurgia



Há bocado, antes de ir dormir para casa da vizinha, a Rita escreveu-me este poema, como ela o chamou.  Coisas tão simples, de uma menina que ainda não aprendeu as letras todas, mas que não conseguia exprimir o que estava a sentir.

"Eu sou a Rita.
A menina que adora a mãe.
Que tu gostas?
Para a mãe"

Porquê dormir em casa da vizinha a meio da semana? Porque tenho de dar entrada no hospital amanhã às 7h, no Porto, ou seja vamos sair muito cedo de casa e assim ela dorme descansada, espairece a cabeça com a amiga e esquece as coisas que uma criança de 6 anos não devia sequer ter de sentir.

Abraçou-me várias vezes. Perguntou se lhe ligava amanhã e quando vinha para casa. Engoli em seco e ri-me, tentando disfarçar um certo nó na garganta. Claro que falaremos, claro que o papá e ela se vão divertir sem mim em casa a controlar o que comem, ou por onde deixam as tralhas.

É lixado não termos o poder de os poupar destas merdices da nossa vida.
Dizem que crescem com estas coisas, que ganham maturidade. É verdade, mas tinham tempo para isso.

Enfim, amanhã começo uma nova fase do meu pós-cancro. Assim que possível, darei notícias.
Wish me luck!

Bjinho,
Vera


3 comentários:

  1. Hals und Beinbruch!!! Vou "enviar" muitos pensamentos positivos. Recebi hoje uma mensagem em homenagem à semana da mulher, mas que eu acho te fica muito bem:
    ��Mulher é mesmo interessante!
    Mesmo brava, é linda!
    Mesmo alegre, chora!
    Mesmo tímida, comemora.
    Mesmo nervosa, é apaixonante!
    Mesmo apaixonada, ignora!
    Mesmo frágil, é poderosa!

    E tu és super poderosa. Muitos beijinhos,
    Rita

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