Na semana passada, 8 dias depois de retirar o cateter, voltei ao cirurgião plástico para re-avaliar a minha situação e averiguar se está tudo bem para avançar para o próximo passo.
Ainda com pontos e penso no peito, lá foi esta donzela segura e firme, de comboio até ao Porto. Não me oriento a conduzir no Porto, podem rir-se de mim. Sei ir até ao Hospital da Arrábida, onde tenho feito todo este meu percurso oncológico, mas daí para a frente, sozinha a conduzir...é melhor não.
Depois de fazer os percursos algumas vezes, já me conseguirei orientar, mas aquele trânsito todo, as pessoas impacientes a buzinar, as tangentes nos carros....não me seduz. Prefiro a calma de Aveiro.
Desta vez fui de comboio, porque vou mudar de hospital para a cirurgia plástica. Adoro a equipa que me tratou na oncologia e cirurgia no Arrábida, mas desta feita, para esta cirurgia, vou mudar de cenário. A mudança é positiva, se a encararmos como tal. Vou sair da minha zona de conforto, de um espaço onde já conheço muita gente pelo nome, onde me sorriem e perguntam como estou sempre que me vêm...vou para um hospital novo, onde não sou a "Verinha", mas vou confiante que estou a fazer uma boa escolha a nível da equipa médica.
Acreditem que investiguei muito, perguntei, sondei, interroguei, pedi opiniões a outros médicos. Preciso de ter a certeza que estou bem entregue, porque para medos e reservas, já basta a própria cirurgia a que me vou submeter. Relativamente a esta cirurgia reconstrutiva, andei mais de 3 meses a reunir informação para me ajudar a decidir qual a melhor opção para o meu caso. Fui a 3 consultas, com 3 especialistas diferentes em hospitais diferentes e enviei o meu processo clínico para uma 2ª opinião pelo seguro. Tinha 2 opiniões no mesmo sentido, uma outra muito diferente e a 2ª opinião do seguro veio confirmar a opção que já reunia maior consenso.
Paranóica, talvez? Mas sou assim :)
Vamos fazer uma reconstrução pelo método mais tradicional, o TRAM ou retalho abdominal, sendo considerado mais seguro e aconselhado no meu caso, uma vez que fiz muita radioterapia e tenho pouca gordura corporal, entre outros fatores.
Dentro em breve, muito em breve, darei entrada no Hospital dos Lusíadas e estima-se que terei alta no dia seguinte, caso não haja complicações. Prevê-se um período de recuperação algo longo, entre 4 a 6 semanas em média, podendo estender-se por mais tempo se a cicatrização não correr como esperado. Há muita coisa que pode complicar este período de recuperação, mas tenho esperança que vai tudo correr bem.
Coincidência das coincidências, eu e a Terry Lynn Arnold, fundadora da rede de apoio a mulheres com cancro de mama inflamatório, seremos operadas no mesmo dia, com a mesma finalidade.
Que corra tudo bem a ambas e a todas as mulheres que são afetadas pelo cancro de mama.
Bjinho,
Vera
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