terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

A 'osteocoisa'

Chegaram os resultados dos exames há mais ou menos 3 semanas. Depois da queixa das dores no peito, e tendo em conta que já faço hormonoterapia há mais de 1 ano, a densitometria óssea foi mesmo necessária e revelou já sinais de osteopenia localizados em dois sítios do meu esbelto figurino.

Esta sexta-feira passada já discuti com o meu oncologista os resultados. Era, mais ou menos, de prever que isto acontecesse, até porque já tinha alguns antecedentes de "fraqueza" nos ossos (=reumatismo). Confesso que o nome me levantou alguma desconfiança assim que recebi o relatório, mas depois de bem googlado, entendi em que estado estou em termos de esqueleto.

Nos casos em que a paciente foi diagnosticada com osteopenia e faz inibidores de aromatase, como eu, é recomendável, de acordo com a a literatura, o consumo de suplementos de cálcio e vit. D e o meu oncologista já me prescreveu uma porcaria efervescente que é doce e enjoativa para tomar depois de almoço e depois de jantar...yek, yek, yek! Como eu adoro comprimidos :)

Por outro lado, há outras abordagens mais alternativas, que podem complementar o suplemento, ou eventualmente substitui-lo... Exercício físico regular, alimentação rica (e sem leite de vaca ou derivados no meu caso) e cuidado com as quedas. E claro, continuo com a acupuntura...as agulhas mostraram-me que é possível combater certas coisas sem medicamentos e tem sido uma boa aposta.

Não posso dizer que tenha ficado muito abalada com a osteopenia, até porque já estava, mais ou menos, consciente que a medicação ia provocar os seus efeitos secundários mais cedo ou mais tarde. Enquanto for assim, estamos bem! Entretanto, se me virem a andar de elevador, relembrem-me que há escadas até ao 3º andar, mas com jeitinho! 

Bjinho
vera


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Dia do sapato de casamento

Todos nós temos um par de sapatos de casamento, aqueles que correm as festas dos outros, os eventos mais exigentes e para as alturas em que queremos estar melhor "apresentadas". Hoje foi um dia desses. Saíram de casa após meses na sapateira e a única conclusão a que chego é a seguinte: Como raio consegue alguém andar de saltos diariamente?

Brincadeirinha à parte, é nestes dias que eu consigo aperceber-me como o cancro me tornou mais calma. Num dia de apresentação de um projeto, muito passível de me tirar do sério há uns tempos atrás, eu até andava zen até quase ficar sem opções para projetar. Prefiro, sem sombra de dúvidas, trabalhar com a Apple, mas hoje problemas na projeção quase, quase me fizeram implorar por um PC :)

Quando passamos por um cancro, ou por uma outra qualquer provação, juramos a nos próprios que nunca mais nos vamos chatear com miudezas, vamos deixar de nos irritar com quem nos irrita, vamos deixar de nos abalar com picuinhices, etc, etc...mas depois, entrando novamente na vida real, é difícil controlar e fazermos uma vida à parte. Dou por mim muitas vezes a pensar como reagiria a uma dada situação há 2 anos atrás e como quero reagir atualmente. Isso permite acalmar muita da ansiedade, controlar o stress e manter alguma sanidade mental perante os imprevistos, tentando sempre manter a boa disposição.

Continuo a achar que anda meio mundo chateado com outro...mas eu prefiro continuar a sorrir para ambos, enquanto me deixarem.

Beijinho, sejam felizes e usem sapatos rasos...



quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Catrapumbas

Há dias em que a mais pequena coisa nos consegue chatear e carregar o nosso corpo de stress oxidativo e energias negativas. Todos temos esses dias em que sentimos a fatalidade das coisas. Caímos, levantamo-nos e vamo-nos equilibrando, tentando não cair e não tropeçar. Mas a vida é mesmo feita disso e catrapumbas... lá estamos nós num rodopio novamente. Ora estamos bem, ora mal, ora remediados. Há uns melhor, uns pior e outros na mesma mó. E depois há os que julgam ter, os que julgam poder, os que julgam controlar a vida. Que vã ilusão.

Tenho-me deparado com tantos casos de cancro à minha volta em pessoas que não fazem mal a uma mosca. E depois vejo pessoas más, ruins a quem nada acontece e vivem felizes com o mal-estar alheio....ah injustiça. Houvesse alguma forma de mandar e era nesses em quem recairiam as doenças e as coisas más desta vida, e não em crianças pequenas ou noutros seres inofensivos.

Vou colocar o meu azedume de hoje na cama...pode ser falta de descanso.
Bjinho
vera