segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Back to beginning

Há uns dias atrás, recebi um abraço forte. Vieram dar-me um abraço ao meu local de trabalho e foi tão bom, tão sincero e carinhoso. Alguém com quem eu falara apenas virtualmente, alguém que também experimentou as "alegrias" de um cancro de mama. Independentemente da idade, da experiência de vida, da profissão, da terra, sentimos necessidade de ouvir histórias positivas...e este abraço veio de alguém com quem eu tinha falado em tempos idos.

Apoiamo-nos mutuamente, como uma espécie de aliança secreta, muitas vezes nos manhosos chats e messengers que por aí surgem instalados em todos os telemóveis. Hoje conheci mais uma mulher, mais uma que daqui a uns tempos me virá, espero eu, dar um abraço a Aveiro.

Disse a essa nova guerreira para ler o meu blog, porque o caso é semelhante, infelizmente.O cancro inflamatório da mama é raro, mas ultimamente começa a atacar cada vez mais mulheres e cada vez mais cedo, muitas em amamentação, ou pouco depois disso.

E hoje, ao reler as minhas primeiras entradas (com medo que a nova guerreira se assustasse com o relato), senti necessidade de voltar a repor o velhinho template...o rosinha desbotado que tanto me acompanhou neste caminho e que me faz mais sentido para poder aceder a todo o historial.

São quase 4 anos de relato. E fico feliz por saber que, algures, o propósito inicial do meu blog está a ser cumprido.

"Se eu puder sossegar uma "Maria" que seja neste país, já sentirei que o esforço valeu a pena."
Vera, 1ª entrada do blog a 14 de janeiro de 2014, link


quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Osteodensitometria e rapariga :)

Tempo de fazer exames semestrais, de ver como anda o corpo. Vai esta donzela, formosa e não segura, buscar os resultados. Quase 3 anos depois, e ainda vou em modo automático buscar os resultados e abrir os mesmos. Será que algum dia esta sensação se vai atenuar?

Comecei há pouco tempo a fazer os exames (a maioria, pelo menos) aqui em Aveiro.  Identifico-me na clínica e digo que estou ali para levantar uma ecografia mamária e uma osteodensitometria. Fico à espera, enquanto observo a menina com as unhas gigantescas a tentar apanhar os envelopes (ainda não percebi esta das unhas pontiagudas enormes).

A funcionária pede-me novamente o nome para ver a pilha das osteodensitometrias...e pergunta se é para a minha mãe ou avó....nops, para mim mesmo, respondo eu. E ela, do alto dos seus 20 e poucos anos, diz que não é normal uma rapariga tão jovem como eu pedir este exame e pensou que tinha percebido mal...

Rapariga tão jovem...afinal parece que o creme anti-rugas do Lidl funciona mesmo!

Lá saí eu a sorrir da clínica, ainda com os envelopes fechados...nada como ver o lado bom das coisas.
Ecografia ok, ossos a continuar a perder densidade, fruto da medicação hormonal. Nada a fazer, apenas exercício e suplementação de cálcio e vitamina D para atrasar a perda da massa óssea.

Pequenos e grandes efeitos secundários dos tratamentos oncológicos, mas aqui a rapariga jovem vai-se aguentando:)
Bjinho
vera