sexta-feira, 17 de junho de 2016

2 anos

Já cá estou, atingi uma primeira meta de 2 anos pós-cirurgia. Em breve, 2 anos pós-tratamento choque...serão 3 para o ano, depois 4, 5, 6 e por aí em diante.

Fé, esperança e alegria de viver, de mãos dadas com a vida.

Beijinho :)

Vera

sábado, 11 de junho de 2016

Por passos de bebé.


Alertaram-me, esta semana, para o facto de eu não escrever nada no blog há muito tempo e perguntaram-me se estava tudo bem. O blog serve para isso mesmo, para que acompanhem a história, ou mera estória provavelmente.

Tem estado tudo bem comigo e com os da família, com trabalho e serenidade. Há dias de azáfama, dias mais calmos, dias para todos os gostos.

Em breve, chegará um dia que me marcou…nesse dia, faz anos o meu afilhado mais velho, mas foi também o dia da cirurgia. Fará 2 anos que fiz a cirurgia, que mandei para análise uma parte do corpo que já não sentia minha, que eu já não queria e que me podia privar de estar aqui a escrever.

Este mês, depois de bastante ponderação, abri, na minha cabeça, a porta da reconstrução. Depois de luz semi-verde por parte do oncologista, porque apenas em setembro se completam 2 anos após radioterapia, começamos a pensar nesse processo. Uma primeira consulta de cirurgia já me pôs a pensar nas hipóteses, trouxe os papéis para os exames necessários, vi e ouvi o que a minha cirugiã me disse, mas ainda não quero a consulta com o cirurgião plástico (passo 2).

Porquê adiar o segundo passo? Por tudo e mais alguma coisa…porque ainda não completei 2 anos após fim de tratamentos choque, porque tenho pavor a estar outra vez dias e dias sem tomar banho no verão, porque tenho medo, porque vai doer, porque ainda não sei que decisões vou tomar a nível de profilaxia, porque vai doer (repetido intencionalmente)...mas acima de tudo, porque a minha filha entra na escola primária em setembro. É um passo importante na vida dela, um marco de vida em que eu quero estar presente e quero que ela tenha uma mãe minimamente activa nessa altura. Quando for operada, provavelmente tenho de voltar a recorrer à minha mãe para assistência ao domicílio e ao Nuno para motorista privado e, diga-se de passagem, nunca gostei muito de estar dependente.

Depois disso, depois de ultrapassadas as outras questões e depois de eu própria saber o que pretendo com este passo, aí sim, vamos lá plastificar.  Até lá, estou bem, feliz e a viver os dias com alegria. Continuo assim, como sou e como o cancro me deixou. Mas acreditem, eu deixei-o bem pior :)

Beijinho
Vera

Ps. Que finalista de pré-escolar linda que eu tenho:)