Conheci esta menina-princesa quando entrei na Universidade de Aveiro em 1998. Já lá vão uns anixos, mas cada vez estamos melhor. É como o vinho do Porto.
Foi com imenso prazer que vi esta princesa virar
princesa-doutora, uma nova categoria no reino das princesas. Foi um orgulho
vê-la a apresentar a sua tese, a responder “quase” descontraídamente às imensas questões e comentários que o júri
lhe colocava e a olhar para nós, a “claque” oficial e a piscar-nos o olho para
nos acalmar.
Sabem os mais íntimos o quanto ela teve de abdicar para ter
a tese pronta, os dias de noiva nervosa que não teve porque tinha de trabalhar, a reduzida lua-de-mel porque havia trabalho a fazer e compromisso assumido é para se cumprir. Os
dias em que de manhã deu aulas em Aveiro e de tarde em Viana do Castelo,
ou vice-versa, percorrendo kms e kms num só dia, para poder vir dormir a casa e
voltar a Viana do Castelo no dia seguinte.
Sei eu, a nível pessoal, dos dias em que ela tanto tinha para fazer, mas
me acompanhava a consultas e a tratamentos de quimioterapia, sempre alegre,
sempre disponível. Todos aqueles dias, em que no meio da azáfama de vida que
ela leva, vinha beber um chá ou vinha dar um passeio comigo a pé, para me
ajudar a combater solidão que o cancro nos traz por vezes.
Por isso, a minha felicidade de ontem ao vê-la defender a
tese foi tanta, porque sei o que lhe custou, sei que teve de abdicar de muito e
que mesmo assim, esteve sempre ao meu lado na minha luta. Feliz, alegre,
divertida com os seus kits de fim de quimio e de preparação para o regresso ao
trabalho e de tantas outras surpresas e mimos.
É desta matéria que são feitas as verdadeiras princesas. A
ti, minha querida Sisse, o meu muito obrigado e os meus parabéns, senhora
doutora Sisse, porque o essencial é mesmo invisível aos olhos.
Love you
Vera
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