terça-feira, 3 de novembro de 2015

Comida e bom senso

Há quem diga que é complicado comer à minha beira hoje em dia...especialmente aquelas meninas que comem um pastel de nata a acompanhar o café depois de almoço. Aparentemente, devo lançar olhares reprovadores e as natas caem mal na minha companhia :)

A questão da alimentação tem sido cada vez mais discutida em praça pública e tem gerado muita polémica. Para mim, enquanto pessoa que teve um cancro e faz tratamento para evitar a sua recidiva, é fundamental encarar a alimentação como um dos vetores para a minha vida a longo prazo. 

Ontem assisti ao debate na televisão acerca da questão da alimentação, nomeadamente da carne e enchidos e fiquei algo desiludida com a informação prestada. Tive a sensação de que estavam todos os interlocutores com medo de afrontar a indústria da carne e dos enchidos, uma coisa estranha. A meio da conversa, intervenções desconexas de pessoas que não pareciam entender nada do que diziam...enfim, não será assim que se fomenta uma educação alimentar. Sinceramente, não devia estar assim tão surpreendida. Já vi coisas bem piores, vindas de nutricionistas e aparentemente a sociedade aceita sem interrogar, porque a "dra." disse que era assim. 

Se pesquisarmos, e para isso é preciso saber fazê-lo, encontramos provas, testemunhos, orientações e referências saudáveis para comermos o melhor possível, num mundo em que quase nada é naturalmente produzido. É no equilíbrio que está o ganho.

Vivi toda a minha infância e adolescência numa aldeia nas encostas da Serra da Freita, com os meus pais a praticarem uma agricultura de subsistência, que nos garantia a maior parte da nossa alimentação, uma vez que ali não havia grandes alternativas (nem dinheiro). Sempre comemos muita carne, criada lá em casa, mas sim, não deixa de ser carne vermelha, enchidos, etc... e mesmo assim, não acredito que tenha sido isso, per se,  a provocar-me o cancro. 

Apesar disso, depois de muita pesquisa e conselho da minha nutricionista, cortei a carne vermelha, os laticínios, alguns conservantes e intensificadores de sabor e o açúcar, principalmente o branco. Não é fácil, principalmente num mundo de consumo em que quase tudo leva conservantes, é produzido industrialmente e cujo único fim é o lucro. Gasta-se muito mais dinheiro quando se tenta levar uma alimentação mais natural e mais saudável. A minha esperança é que, num futuro próximo, o preço deste tipo de alimentos vá descendo à medida que a procura aumenta.

Como eu costumo dizer, mais vale gastar dinheiro na alimentação do que na farmácia.

Beijinho
vera


PS. Se algum dia me virem a comer uma coisa doce ou qualquer coisa do género, não se pasmem nem me mandem internar. Não sou santa nem quero viver até aos 110 anos. Basta até aos 100 :)












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