quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Secound round: ouch!


Já no conforto de casa, reitero a posição que assumi anteriormente em relação às plásticas….submeter-se a invasões destas só para ficar mais “bonito” pode ser claramente assumido como um sinal de loucura.

Não quero com isto dizer que no meu caso também não exige um pouco de loucura…ou até bastante se virmos bem as coisas. Poderia ter ficado com o corpo que o cancro me deixou, mas a verdade é que passando aquele primeiro impacto de “susto de morte”, a vida faz-nos querer mais qualquer coisa…nem que o qualquer coisa seja só um soutien completo e uma camisola a assentar direito.

Piadas à parte, na segunda-feira, pelas 16h entrei para o bloco, para a segunda grande cirurgia, no que diz respeito à reconstrução mamária por via de retalho abdominal (aka TRAM). Prevista para demorar mais ou menos 1h, acabei por sair do bloco já mais tarde, perto das 18h. Sempre bem recebida no bloco, com uma equipa de enfermagem muito carinhosa…uma delas até se lembrava do meu TRAM…e da pele em mau estado. Yep, sempre bom deixar boas recordações nas pessoas.

O que fui fazer desta vez?
Ora pois, cirurgia de simetrização (vulgo "equilibrar o velho com o novo" ou mastopexia em termos técnicos), retificar algumas cicatrizes e colocar uns pequenos shots de gordura na mama reconstruída para ficar mais “lindinha”. A questão é… de onde vem a gordura num corpo não “cheio”?

Lipoaspiração…o segredo de beleza de muitas senhoras. E eu só vos digo que estou toda pisada. Parece que fui atropelada por um camião. O meu cirurgião escarafunchou os flancos e costas à procura da bendita gordurinha boa…e pelas marcas que deixou, deve ter sido uma aventura.


Felizmente eu estava a dormir. Mais uma anestesia geral, mais uns meses de falhas de memória, nomes que me vou esquecer, coisas que não me vou lembrar de fazer…

Acordei bem da cirurgia e da anestesia, se bem que a noite no hospital foi algo premonitória. Acordei, para variar, de madrugada cheia de sangue…revivi o filme dos pontos rebentados imediatamente, mas não era nas mamas felizmente, eram só uns buraquinhos da barriga a “verter”.

Às 6 da manhã vem a medicação e o barulho dos carros na rua e lá se vai o sono de beleza. Ao contrário da cirurgia anterior (que envolveu o corte na barriga), desta vez levantei-me suavemente com a ajuda do enfermeiro, sem desmaios nem quebras de tensão súbitas. Conseguir ir ao wc é uma vitória.

Quando o médico me vem ver de manhã, vi no olhar dele que algo não estava bem...a mama “velha” estava estranhamente volumosa. Já o tinha sentido quando acordei, mas pensei que fossem paranóias da minha cabeça. Com tanto medo de formar hematoma ou seroma, pensei que estava a imaginar coisas, mas não estava mesmo. Tenho de vigiar bem, tentar colocar algum gelo e caso note mais alguma alteração a nível de cor ou volume, tenho de ir ter com o médico para ele “aspirar”…esta palavra até me deu arrepios….aspirar???

Dormi mal esta noite e não foi só pelas dores nas costas, bacia, barriga e afins… acordei umas 4 vezes para colocar pomada e ver como estava a evoluir. Parece que não houve evolução no sentido negativo, o que é muito bom neste momento. Nem tudo corre bem à primeira, pelo menos comigo. Tem de haver sempre esta emoção.

Com a minha mãe a querer alimentar-me tipo ganso na França, apenas posso dizer que na próxima lipoaspiração, já devo ter gordura para mais “shots” de gordura. 

Obrigado pelas mensagens de apoio.
Beijinho
Vera

2 comentários:

  1. Olá, Vera
    Estou adiantada em relação a si. Passeei este ano pela segunda vez pelo mar algarvio o meu par de "gémeas". Não é um processo fácil mas vale a pena e nós merecemos.
    Beijinho
    Clarinda

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  2. Passear as gémeas :)
    Já me ri aqui ás gargalhadas, Clarinda.
    Tudo de bom.
    Beijinho

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