domingo, 10 de junho de 2018

Agulhas e comprimidos

Esta semana ri-me algumas vezes com o espanto de algumas pessoas por causa de uma agulha. É verdade, a agulha do Zoladex impõe algum respeito, para não dizer muito respeito.

A primeira vez que a vi, em agosto de 2014, também me espantou e foi espantando pelos meses adiante, até que nos habituamos e aquela agulha grossa e nojentinha passa a ser uma rotina. Fura, deixa implante, sai e sangra um bocadinho. Põe penso, dá beijinho à enfermeira e vai-te à vida.

Nem todas as pessoas precisam disto após cancro de mama (também é usado em cancro da próstata).

Há 3 proteínas que se avaliam no cancro da mama - recetor de estrogénio, recetor de progesterona e o fator de crescimento epidérmico 2...ou em siglas...ER, PR e HER2 No meu caso,  o meu bichinho era triplo positivo - ER+, PR+ e HER+...o que por um lado pode ser bom, por outro não, como em tudo na vida.

A hormonoterapia que faço atualmente (Zoladex + Aromasin) devem-se a esta "positividade" e a imunoterapia (Herceptin) que fiz durante algum tempo foi específica para o fator HER2+.  Felizmente, vai havendo cada vez mais e melhor medicação dirigida. Será este o futuro e conseguiremos tratar com sucesso muitos cancros que por aí virão.

No entanto, não há bela sem senão e a medicação hormonal vai fazendo das suas, especialmente a nível de ossos. Esta semana fiz mais uma densitometria e continua a ser giro ver a cara das pessoas na clínica...do género..."chamei a Vera Mónica, mas não deve ser para este exame!" À custa disto, osteopenia diagnosticada em certas zonas ...e por isso todos os domingos, um comprimido de ácido alendrónico+colecalciferol, para ajudar à perda de densidade óssea...30 minutos de pé após tomar o comprimido para evitar outros males.

E, no entanto, não deixo de andar feliz por andar por cá!

Não se esqueçam de ir fazendo o auto-exame. Não poderemos prevenir todos, mas alguns podem ser detetados e curados. Marquem no calendário um dia por mês para o fazerem para não se desleixarem e perderem o fio à meada.



De resto, a minha vida tem levado o seu curso natural e há que saber ir na onda e aproveitar o melhor que temos e podemos. Tenho de aproveitar agora o sol (com cuidado) para repor níveis de vit. D, sempre em carência severa,  e CARPE DIEM!

Bjinho,
vera


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