terça-feira, 21 de julho de 2015

Injustiça, ou teria mesmo de ser?

Não sei se sabem, mas o cancro irrita-me solenemente. É matreiro, estúpido e mete-se com pessoas boas, más e assim-assim. Mete-se com todas as que quer, na verdade. Um verdadeiro "gigolô".

Fiquei triste com a morte da Ashleigh. Triste por ela, pelo marido e dois filhos, um de 2 anos e outro com 1 aninho apenas. Era uma pessoa de fé, com um ar feliz e pacífico, mesmo na dor de um cancro terminal. Foi diagnosticada com cancro inflamatório durante a gravidez do segundo filho e tentou de tudo. Não conseguiu vencer este cancro, mas lutou de uma maneira que poucos saberão fazer. 

No seu percurso, conseguiu juntar esforços para levar ao conhecimento público mais informação sobre este tipo de cancro, trazer uma maior consciência às grávidas de que as alterações do peito nem sempre são só relacionadas com a gravidez e ainda angariou fundos para a investigação.

Se foi uma injustiça, ou se teria mesmo de ser assim?
Não me compete a mim julgar, mas se me dessem voz, eu diria que sim, que foi injusto. Que o critério de seleção foi mal aplicado e que se corrija o erro e a devolva à família. 

É, por vezes, assustador seguir esses grupos de apoio. Vemos tombar, quase numa base semanal, pessoas com as quais eventualmente já trocámos ideias, impressões, sofrimentos. Vemos igualmente o outro lado. Pessoas que foram diagnosticadas há anos e têm vencido todas as expetativas médicas e pessoais e fazem os "caloiros" do grupo ganhar esperança e seguir-lhes o exemplo.

Para mim, esta relação tem sido sempre benéfica. Aprendi a respeitar a vida, a reproximar-se dos meus e a viver intensamente - não necessariamente sempre em festa :)

Deixo-vos um discurso que a Ashleigh fez, antes de saber o que lhe estava destinado, porque bons exemplos e lições de vida nunca são demais.






Sem comentários:

Enviar um comentário