segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Brincadeiras na cozinha

Desde que o cancro entrou na minha vida que a alimentação se tornou um ritual quase sagrado. Digo quase, porque em nada devemos ser exagerados ou extremistas. Perdemos o balanço se quisermos ser perfeitos demais.

Neste sábado fui ao Mcdonalds com a Rita e as vizinhas...era a ladies'night cá na rua! Tirando a tara pelo brinquedo do Happy Meal, a Rita só consegue comer os douradinhos e as batatas e às vezes a sopa. Não é, de todo, o melhor sítio para comermos. É melhor nem pensar no que ingerimos ali, até porque é raro fazê-lo e assim devia ser para toda a gente.

Cá por casa, tentamos comer o mais "saudável" possível agora, ou pelo menos eu tento fazê-lo e incutir esses valores na Rita. Já para o charmoso, começo a pensar se não será um caso perdido...ehehehe

Este fim de semana fizémos Nutella sem porcarias, como diz a Rita. Está forte, mais forte do que a "tradicional", mas na próxima diminuirei a quantidade de cacau. Depois um bolo vegetariano, sem produtos de origem animal. Não tenho nada contra ovos, nada mesmo, mas apeteceu-me variar um bocadinho. Finalizamos o domingo com uns cogumelos Shiitake que a minha prima me deu e que estavam maravilhosos apenas com azeite e alho na sertã.

Dizia-me uma das minhas companhias preferidas para o café depois de almoço que só nos conseguimos dedicar à cozinha enquanto não temos filhos em idade escolar com trabalhos de casa. Talvez seja assim, mas acima de tudo, acho que é preciso gostar.  Quer eu, quer o charmoso, gostamos de cozinhar, por isso não o vemos como uma obrigação, mais um prazer, uma forma de desanuviar.

Hoje andei "azeda" o dia todo, por isso o jantar foi mais "trabalhoso", quase em homenagem às eleições de ontem. A minha terapia de hoje foi preparar um coelho caseiro com legumes e cogumelos na púcara. O barro no forno dá-lhe um sabor diferente e os legumes cozinhados assim ficam ótimos. Acompanhei com arroz de açafrão e couves da minha horta.

Podia dissertar sobre as vantagens do açafrão, da couve galega, das carnes brancas...MAS não me apetece hoje.



Falei há uns dias acerca da Ana. Ela começou hoje o seu tratamento de quimioterapia e vai ser uma lutadora incansável. Quando somos fortes, não é a idade que determina a nossa capacidade de lutar. É a coragem que mostramos nestes momentos que nos faz acreditar que somos capazes. E tu vais ser capaz. Espero que esta fase menos boa sirva igualmente para unir a família, porque nestes momentos são eles a tua linha da frente na batalha. Um abraço para ti.

Fiquei muito feliz há minutos atrás. Uma simples mensagem de facebook da Rita, uma jovem que também apanhou um susto na vida e que ainda recupera dele. Estamos todos a torcer por ti. Que este teu desencontro com a vida seja apenas isso, um desencontro. Muita força!!

Beijinho
vera

Sem comentários:

Enviar um comentário