sexta-feira, 6 de junho de 2014

Euforia ou calmia

 Pensava eu que chegando à ultima quimio-imunoterapia,  ficaria eufórica. Acho que já não tinha grandes forças para euforia. O sentimento foi substituído pelo alívio, pela calma  e carinho, hoje com a minha querida enfermeira Maria José a dar-me um abraço sentido.

Isto não acaba aqui, por isso não me despedi dela. Na próxima semana já lá estou de volta para mais exames de pré-operatório. Recuperar níveis de hemoglobina e plaquetas para a cirurgia foram as ordens. Descansar, preparar o pós-operatório e não pensar muito no assunto (engraçadinha, não é?).

E depois da cirurgia, já tenho encontro marcado com ela e com o meu querido oncologista Dr.Leal da Silva. A luta ainda vai no aido. Todo o tecido retirado vai ser enviado para análise. Caso ainda não se encontre limpo, teremos de re-avaliar o plano de tratamento.

Para já, esperando que esteja tudo já em níveis aceitáveis e cicatrizes fechadas,  virá imediatamente a radioterapia. Uma viagem diária ao Porto vai dar cabo de mim e de todos os desgraçados dos meus familiares e amigos que terão mesmo de me levar. Não vou conseguir conduzir durante muito tempo, aliás a mão e braço DIREITOS vão andar de férias. Ainda bem que era esta a mão usada para tudo. Pormenores, certo?

Depois da radio, apesar do meu médico hoje ter dito que vamos avaliando e adaptando consoante a reacção à radio,  virá 1 ano de imunoterapia, de 3 em 3 semanas (o famoso Herceptin). É relativamente mais fácil de tolerar e esperemos que o meu organismo continue a ser receptivo a estas merdas (sorry, mas é mesmo assim). E como não há duas sem três, depois disto virão 5 anos de hormonoterapia…o famoso tamoxifeno. Isto, claro, num plano ideal de recuperação, sem recidivas. Assim o desejo.

Com tanta droga, qualquer dia vendem-me para derreter num laboratório. Já me conseguiriam extrair vários químicos…ou metais (titânio, cobre, chumbo)…


De resto, tudo normal, tirando o facto de ter adormecido logo depois e acordado só quando o Nuno chegou a casa com a Rita. Já fui mais resistente, mas agora há que recuperar para a próxima etapa.

Bjinho

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