quarta-feira, 25 de junho de 2014

Relato de pós-cirurgia

Após 8 dias, eis que apareço para sossegar os mais curiosos. Logo no dia seguinte à cirurgia, tive de colocar alguma informação no FB, porque eram imensas as chamadas e não tinha ainda disposição nem vontade física para tanta atividade.

Sim, consigo escrever. O braço direito está ainda confinado a um uso muito restrito, por isso imaginem o tempo que este post vai consumir. Lavar os dentes com a mão esquerda também é giro. Experimentem...

A cirurgia correu conforme planeado. Entrei para o bloco perto das 21h30h e pelas 23h15 a minha querida cirurgiã já estava com o Nuno a informar que tinha corrido tudo bem e que eu estava no recobro (nome estranho para uma sala cheia de pessoas a apitar). Acordei bem da anestesia, ainda liguei para casa às 2 da manhã para saber se o charmoso tinha chegado bem.

O dia seguinte começou cedo. Pouco passava das 7 da matina e a Dra. Teresa já me dizia bom dia. Informou que o tecido retirado estava bonito (estranha forma de beleza) e que a análise nos iria agora dizer o resto. Escusado será dizer que eu também estava com bom aspeto :)

O meu querido oncologista também me visitou à tarde e disse-me com aquele ar encantador “Oh D. Vera, está fina e fresca que nem uma alface. Nem parece que foi operada. Até o seu cabelo está bonito.”
E não querem vocês que eu idolatre este Dr. Leal da Silva. É um excelente oncologista e acima disso, um ser humano fantástico.

E já se passou quase uma semana. Entre algum desconforto, dores quando acho que o braço está normal e me aventuro, drenos (um deles ainda resiste aqui pendurado), enfaixamento do peito para drenar melhor e o facto de dormir sozinha para evitar atropelamentos, está a correr tudo bem. A cicatrização está a correr bem. Volto na sexta para ver se retiro o dreno. É uma seca andar com um tubo e uma garrafa pendurada em nós. Especialmente porque há alturas em que me esqueço e ….

O que mais sobressai da cirurgia?
-O enorme alívio de ter tirado o bicho, esperando com todas as forças que a mastectomia e o esvaziamento axilar tenham sido suficientes para o travar e que as análises do tecido venham boas.

- A amizade que muitos têm por mim e cuja demonstração tem sido incansável. Mensagens, telefonemas, flores, bolinhos e muita preocupação comigo.  Até há por aí uma vizinha (Lígia) que pediu à avó para matar uma galinha caseira  e tinha o jantar pronto para me receber :)

Posso pedir mais?
Bjinho

3 comentários:

  1. :) Ainda bem que tudo está a correr bem (passo a redundância)!!!! Em 'breve' vais estar a regressar à tua vida...vais ver!!!Fico muito feliz por ti, pela tua família e devo dizer-te que és uma inspiração para todos!! Beijo enorme e cuida-te e, já sabes, com calma para tudo correr bem ;)

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  2. Ola Vera, não me conhece mas conhece bem uma pessoa que me falou de si: Paula P. Silva. Descobri agora que tenho cancro da mama, raro, tal como o seu. Estou completamente perdida, não conheço ninguém com o mesmo problema e gostava de "trocar impressões" consigo... Desejo-lhe a melhor recuperação possível e tudo de bom.

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    1. Olá,
      A primeira coisa a fazer é ter calma, por mais estúpido que isso soe.
      Contacta-me vmafernandes@gmail.com. Depois combinamos outra maneira de falarmos.
      Beijo
      vera

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