quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Outubro rosa

Neste mês em que tanto se ouve falar de cancro, passei hoje umas belas horas na companhia de uma outra guerreira. Uma lutadora que conheci por causa da doença, mas que vai ficar na minha vida por melhores motivos. A doença foi só uma maneira de nos apresentarmos. Força nessa cabeleira incipiente!!

A causa de tanta agitação neste mês rosa é nobre. Prevenir o cancro de mama, apelar à vigilância apertada nas mulheres com fatores de risco, e nas outras também, porque muitas vezes quando se faz o diagnóstico, pode já ser tarde.


O meu caso foi um desses em que nada fazia prever o diagnóstico.  Eu não me revia na maioria dos factores de risco e mesmo assim aconteceu para surpresa de todos.

Analisando os fatores e a minha situação em concreto:
  • Idade: a possibilidade de ter cancro da mama aumenta com o aumento da idade.
    Eu tinha 33 no momento de diagnóstico.

  • História pessoal de cancro da mama: uma mulher que já tenha tido cancro da mama (numa mama), tem maior risco de ter a doença na outra mama.
    Nops...

  • História familiar: o risco de uma mulher ter cancro da mama está aumentado se houver história familiar de cancro da mama.
    Apenas uma tia do meu pai teve e já não era jovem. Ainda cá está para contar a história dela.

  • Algumas alterações da mama: algumas mulheres apresentam células mamárias que parecem anormais.
    Fazia ecografias mamárias de 6 em 6 meses. Sempre tudo normal.
     
  • Alterações genéticas: alterações em certos genes (BRCA1, BRCA2, entre outros) aumentam o risco de cancro da mama.
    Fiz esta análise já durante o tratamento e deu negativo felizmente.

  • Primeira gravidez depois dos 31 anos.
    Nops...antes dos 30 e amamentei a Rita durante +- 1 ano.

  • História menstrual: mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), ou uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos.
    Fui normal neste aspeto, pelo menos na parte da primeira menstruação. A menopausa não deve ser tardia :(

  • Terapêutica hormonal de substituição: mulheres que tomam terapêutica hormonal para a menopausa, durante 5 ou mais anos após a menopausa.
    Ainda não lá tinha chegado, mas agora já faço hormonoterapia.

  • Raça: o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres Caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres Latinas, Asiáticas ou Afro-Americanas.
    Yep...I'm white.

  • Radioterapia na região peitoral: mulheres que tenham feito radioterapia na região peitoral, incluindo as mamas, antes dos 30 anos, apresentam um risco aumentado para cancro da mama.
    Fiz agora, mas para combater o bicho.

  • Densidade da mama: mulheres com idade mais avançada que apresentam, essencialmente, tecido denso (não gordo) numa mamografia (raio-X da mama), têm risco aumentado para cancro da mama.
    Sempre tive o tecido mamário muito denso, daí as ecografias periódicas que o meu ginecologista sempre me aconselhou.

  • Obesidade depois da menopausa: mulheres obesas, após a menopausa, apresentam um risco aumentado de desenvolver cancro da mama.
    Mais uma vez, ainda não tinha chegado lá, nem me deram a oportunidade de engordar :)

  • Inactividade física: mulheres que são fisicamente inactivas, durante a sua vida, parecem ter um risco aumentado para cancro da mama; estar fisicamente activa pode ajudar a diminuir este risco, através da prevenção do aumento de peso e da obesidade.
    É estúpido, mas eu e o meu charmoso tínhamos entrado para o ginásio poucos meses antes do diagnóstico. Não considero, no entanto, que estivesse fisicamente inativa, até porque com uma pestinha de 3 anos, seria difícil ser inativa cá em casa!

  • Bebidas alcoólicas: alguns estudos sugerem haver relação entre a maior ingestão de bebidas alcoólicas e o risco aumentado de ter cancro da mama.
    A minha boa disposição (quase sempre) não depende do álcool. Beber um copo de vinho ou uma cerveja de vez em quando chega-me. 

Como dá para ver, isto não acontece só aos outros. É mesmo importante analisarmos o nosso corpo, entender os sinais que ele nos dá. Nem sempre um cancro de mama se traduz num nódulo, ou em algo palpável. É preciso estar alerta para outros sintomas.

No meu caso, o cancro inflamatório assemelha-se a uma mastite, como as que podemos ter quando amamentamos. Não formou nódulos, não havia nada que se pudesse tirar e dizer "Está aqui o cancro".
Era tudo cancro ali naquela mama :(

É uma frase feita, mas tem de ser repetida. Façam o auto-exame em casa e façam exames regularmente. Não deixem para amanhã. A nossa saúde deve estar sempre em primeiro lugar, porque acreditem, não desejo isto a ninguém.

Beijinho,
Vera



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