quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Contradições

Num mês particularmente dedicado à prevenção do cancro da mama, e hoje em específico com campanhas em todo o país, é triste vermos as notícias que nos dão conta dos atrasos nos IPOs. Pressinto até alguma contradição nas políticas de saúde e na ação. Deve ser impressão minha!

Lembro-me muitas vezes do meu caso...semanas a fio à espera de exames e de consultas, quando devia era ter abandonado o SNS e partido logo em busca de soluções mais rápidas. Acreditava piamente que era ali que se tratava um cancro. Desconhecia o tipo de cancro que tinha e lá também não o identificaram (até o estadiamento estava desfasado da realidade).  Fico ligeiramente azeda quando me lembro do que se passou no meu caso. Já se deve ter notado :(

Não me considero uma pessoa desinformada e mesmo assim foi tão fácil manter-me presa a um sistema estupidamente lento e burocrático e influenciado por fatores C. Disse-me uma médica lá no IPO Coimbra, já quando eu estava no Hospital da Arrábida em tratamento, que eu tinha chegado numa altura complicada de férias e Natal à mistura. Que inconveniente que eu fui :)

Amarguras e tristezas não pagam dívidas, por isso evito até pensar na situação. Foi o que foi, muito por culpa minha em acreditar que devia ser ali tratada e não ter aberto os olhos mais cedo. Anseio pelo dia em que se atue rapidamente do diagnóstico inicial à ação e não se atrasem exames e procedimentos por conveniência ou falta de recursos dos serviços.

Alguém, ou alguma coisa, quis compensar-me por este mau começo e colocou o meu oncologista no caminho. Ainda esta terça-feira, antes de mais um tratamento, uma conversa com ele acerca do meu estado atual e do meu regresso à vida ativa. Sincero, carinhoso e preocupado comigo. Independentemente de quantos anos viva, nunca me esquecerei das conversas e do empenho do Dr. Leal na minha recuperação.

Às mulheres que me acompanham, há que fazer os exames de rotina. Nada de adiar uma ecografia ou mamografia por falta de tempo ou porque têem muito trabalho. A vida força-nos a parar, por isso mais vale que o façamos de livre vontade.

À mulher que deixou de fumar há um mês, PARABÉNS!
Cada dia que passa reduzes a probabilidade de ter problemas por causa do cigarro e o teu filho T. merece isso e muito mais.

Bjinho
Vera

PS. Num dos meus livros acerca de cancro, encontrei hoje um miminho da minha filha!




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